Dos ministros aos secretários de Estado. Fique a par de todas as mudanças no Governo
A polémica indemnização que Alexandra Reis recebeu pela saída da TAP levou a demissões e consequentes mexidas em vários ministérios. Conheça os novos membros do Executivo liderado por António Costa.
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A polémica estalou em plena véspera de Natal, com o Correio da Manhã a noticiar que a nova secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da TAP, quando ainda tinha de cumprir funções. Dois dias depois, já após o Natal, surge a primeira reação, com a protagonista a afirmar que nunca aceitou e devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da TAP.
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O Presidente da República questionou, os partidos condenaram e exigiram esclarecimentos. Perante a pressão, o ministro das Finanças, Fernando Medina, pediu a Alexandra Reis que se demitisse. Um pedido que foi "prontamente aceite". Três dias depois de estalar a polémica, Alexandra Reis estava fora do Governo.
O próximo a cair seria Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, seguido do seu secretário de Estado, Hugo Mendes. Passava já da meia-noite de dia 29 de dezembro quando o ministro anunciou que pretendia deixar o Governo após a nova polémica com a TAP.
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Poucos minutos depois, António Costa elogiava-o, agradecendo a dedicação e empenho com que exerceu funções governativas durante sete anos.
"Destaco o seu contributo decisivo para a criação de condições de estabilidade política enquanto Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e a energia com que assumiu as suas atuais funções, nomeadamente nas políticas ferroviária e da habitação. Do ponto de vista pessoal relevo com muita estima a camaradagem destes anos de trabalho em conjunto", escreveu o primeiro-ministro.
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Já em 2023, no segundo dia do ano, António Costa anunciou que os então secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves passariam, respetivamente, a ministros das Infraestruturas e da Habitação, separando assim as duas pastas. Escolhas que o primeiro-ministro justificou com a "experiência governativa" e garantia de continuidade.
Após a revelação, o Chega foi o primeiro partido a reagir, considerando que a nomeação de Galamba era uma "afronta ao país e à justiça" e afirmando mesmo que o novo ministro estava "a ser investigado por causa do lítio e do hidrogénio". Algo que a Procuradoria-Geral da República já veio esclarecer na terça-feira, garantindo que o inquérito aos negócios do lítio e hidrogénio "não tem arguidos constituídos".
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Com Pedro Nuno Santos substituído, faltavam só os novos secretários de Estado. Mas ainda houve um contratempo que obrigou a mais uma saída: o secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho, teve de deixar o cargo por motivos de saúde e foi substituído pela então diretora regional da Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves.
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Em simultâneo com o anúncio da entrada de Carla Alves foram conhecidos, esta quarta-feira, os restantes secretários de Estado. O investigador e professor universitário Frederico Francisco foi o escolhido para as Infraestruturas por, segundo o Governo, ter desenvolvido trabalho de investigação em transporte ferroviário e participado em projetos nacionais e europeus. Do lado da Habitação ficou Fernanda Rodrigues, que tem trabalhado no Estado de Conservação de Edifícios de Habitação a Custos Controlados.
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As pastas do Ambiente, Energia e Clima, que até agora eram acumuladas por Galamba, ficarão com Hugo Pires, o novo secretário de Estado do Ambiente, e Ana Cláudia Gouveia, secretária de Estado da Energia e Clima. Dois nomes bem conhecidos do PS, uma vez que Hugo Pires exercia, desde 2019, funções como vice-presidente do Grupo Parlamentar do partido e Ana Cláudia Gouveia era, também desde 2019, assessora económica do gabinete do primeiro-ministro.
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Para substituir a primeira grande protagonista desta crise no Governo, Alexandra Reis, como secretário de Estado do Tesouro foi escolhido Pedro Sousa Rodrigues, um economista natural do Porto que, desde março de 2022, era assessor do Conselho de Administração da AICEP.
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Todos os novos membros do Governo vão tomar posse esta quarta-feira, por volta das 18h00, em Belém.