Polémica na TAP. PS chumba audições, mas PSD obriga Medina a dar explicações no Parlamento
O PSD apresentou um pedido potestativo para que Fernando Medina vá ao Parlamento responder aos deputados.
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O PS chumbou as audições de Fernando Medina e Pedro Nuno Santos sobre a polémica indemnização na TAP, mas o PSD apresentou um pedido potestativo para obrigar à audição do ministro das Finanças.
A oposição queria ouvir, além dos responsáveis pelas pastas das Finanças e das Infraestruturas, a antiga secretária de Estado Alexandra Reis e a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener. O PS votou sozinho contra os requerimentos, o que leva a oposição a acusar os socialistas de impedirem o escrutínio na Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas, o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira acusou a maioria absoluta de "não querer apurar os factos", o que leva o partido "a impor a audição" de Fernando Medina na Comissão de Orçamento e Finanças.
"Onde se fiscaliza a atividade do Governo, o PS permitiu-se, contra todos os outros partidos, a chumbar os requerimentos para apurar o que aconteceu neste caso da TAP e que coninua com um conjunto de perguntas sem resposta", criticou.
Pelo Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua lamenta que o PS esteja a impedir o escrutínio da Assembleia da República, apelando à aprovação de uma comissão de inquérito para investigar a polémica na TAP, já anunciada pelos bloquistas.
"A tão desejada e prometida estabilidade da maioria absoluta é conquistada apenas à custa de um rolo compressor que impede o dever de escrutínio da Assembleia da Republica. Achamos que esta recusa dá mais razões para que seja aprovada uma comissão de inquérito no Parlamento, com poderes para ouvir os diferentes ministros, independentemente da vontade da maioria absoluta", justificou.
PS lembra que inspeção-geral está a investigar caso
O PS justifica o chumbo das audições com a necessidade de "serem conhecidos novos dados", através da Inspeção-Geral das Finanças que está a preparar um relatória sobre o caso. O deputado Carlos Pereira defende que o Governo assumiu as responsabilidade, com a demissão dos secretários de Estado e do ministro Pedro Nuno Santos.
"O relatório é absolutamente essencial para acrescentar informação e para que o debate não seja redundante. Muitas perguntas já foram feitas e as respostas foram dadas", entende.
Depois de conhecido o relatório, o PS assume que "há condições para voltar a escrutinar a situação", de forma a "compreender o que fetivamente se passou".
Questionado sobre o pedido potestativo do PSD, que obriga Fernando Medina a dar respostas no Parlamento, Carlos Pereira acrescenta apenas que "é um direito que assiste" ao maior partido da oposição.
Notícia atualizada às 12h49