Montenegro contra "balbúrdia". "Se o Governo não for capaz de mudar, o país vai ter de mudar de Governo"
No 3º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas, o líder do PSD apelou a António Costa para resolva os problemas do país em vez de "estar fora, quando a casa está a arder." Montenegro garante que o PSD está pronto para ser "protagonista da mudança."
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Sem falar diretamente em eleições antecipadas, Luís Montenegro voltou ao assunto e, várias vezes, deixou entender que a maioria socialista, eleita há pouco mais de um ano, está a perder o prazo de validade por falta de ação do primeiro-ministro.
"Se o governo não for capaz de mudar, o país vai ter de mudar de governo e nós estamos aqui para sermos os protagonistas dessa mudança,"
"Faço um apelo último ao primeiro-ministro: use os instrumentos que tem à sua disposição. É afamado em termos de habilidade política, use-a. E convém dizer que ser hábil não é ser habilidoso. Ser hábil é resolver, ser habilidoso é ludibriar. Resolva os assuntos," desafiou o líder do PSD, provocando sorrisos na sala recheada de autarcas social-democratas.
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Com Carlos Moedas na primeira fila, Luís Montenegro garantiu que o PSD tem um projeto e tem equipa para ser alternativa ao "pântano político."
Luís Montenegro considerou que "é preciso que o país perceba se o doutor António Costa já desistiu de Portugal, já desistiu de governar Portugal e de dar dignidade ao Governo da República Portuguesa," defendendo que é preciso estancar a "balbúrdia política e institucional"
"Se o primeiro-ministro entende que é normalizando as anomalias e mantendo tudo na mesma que vai recuperar a credibilidade, a confiabilidade, a dignidade do seu Governo; se o primeiro-ministro entende que é a permanecer impávido e sereno longe da arena, desaparecido em combate - a casa arde mas o dono da casa está fora -; se o primeiro-ministro acha que é isto que vai induzir o país a acreditar no seu futuro, então mais vale mudar de primeiro-ministro", concluiu o líder do PSD.
No 3º Encontro de Autarcas Social-Democratas estiveram em cima da mesa temas como a coesão territorial, descentralização e finanças locais, onde Luís Montenegro aponta "falhanços clamorosos por parte do Governo."
A habitação e o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) mereceram críticas de autarcas social democratas como Carlos Moedas e de independentes como Isaltino de Morais (de Oeiras) e de Rui Moreira (Porto).
O encontro será encerrado pelo antigo primeiro-ministro do PSD e antigo Presidente da República Cavaco Silva.