"A bem da dignidade." Montenegro pede demissão de Galamba e da chefe das secretas
Presidente do PSD aborda as recentes audições na comissão de inquérito à TAP numa conferência de imprensa, no Porto.
Corpo do artigo
O Presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou em conferência de imprensa que falou com o primeiro-ministro onde defendeu a saída da secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP).
"A questão é muito grave e não pode passar em claro. Ou o SIRP atuou sobre ordens e comando direto da sua tutela e então a secretária-geral tem o dever de o dizer ao país e com isso revelar uma instrumentalização inaceitável dos serviços, ou o SIRP atuou por sua iniciativa e revelou uma obediência a membros dos gabinetes que tinham de ser indiscutivelmente cobertos e normas legais concretas. A suspeição criada diminuiu de forma irreparável ao secretismo que a democracia excecionalmente permite aos serviços de informações", afirma.
"Não acedendo à sugestão que lhe dirigi, o senhor primeiro-ministro fica isolado e é o único e exclusivo responsável pelas distorções legais e reputacionais dos serviços de informações", acrescenta.
Além disso, depois de ter ouvido as sete horas de audição do ministro das Infraestruturas, defende a demissão de João Galamba. "Deve mesmo ser demitido", insistiu, realçando que o primeiro-ministro "deve assumir as responsabilidades".
"O país tem assistido atónito à mais desprestigiante e deprimente degradação institucional de que há memória em Portugal", avisa Montenegro, defendendo que "fere a credibilidade" das instituições.
"O primeiro-ministro não se pode esconder na sua agenda institucional ou de lazer quando tem a sua casa a arder", disse.
"Para quem invocou razões de consciência, este desaparecimento significa não ter consciência do essencial."
"O tempo tem provado que a teimosia do primeiro-ministro, arrogantemente instalado na sua maioria absoluta, tem contribuído para agravar o descrédito no Governo, na política e no Estado. O pântano politico é da responsabilidade única do PS, do Governo e do primeiro-ministro", acusa Montenegro
Por isso, garante que o PSD está "cada vez mais focado em apresentar ao país uma alternativa política, sólida e ambiciosa para substituir o mais rápido que for possível o atual Governo".
"Há um país que eu estou a ouvir e com quem falo diariamente que quer soluções. Soluções para enfrentar um custo de vida que não para de crescer, soluções para não desperdiçar o dinheiro que a UE nos disponibiliza para recuperarmos a nossa economia e para a projetarmos nas próximas décadas", afirma, enumerando a crise habitacional, a falta de emprego jovem e alívio dos impostos para a classe média.
"Já só um novo Governo e uma nova maioria podem restabelecer a normalidade em Portugal", conclui.