Resultados da Galp. Montenegro contra imposto sobre lucros inesperados na energia e banca
Social-democrata defende que as empresas em Portugal "já pagam muitos impostos" e refere que uma nova taxa enviaria um "sinal incorreto" a quem escolhe investir no setor energético.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, revelou-se esta terça-feira contra uma nova taxa sobre os lucros inesperados, tanto na banca como no setor da energia, por considerar "não há justificação" para criar mais impostos em Portugal.
Esta segunda-feira, a Galp anunciou lucros de 420 milhões de euros no primeiro semestre do ano e, confrontado com a hipótese de taxar esses rendimentos, Montenegro reconheceu que "se calhar era muito mais popular - e também demagógico, diga-se de passagem - dizer que 'sim senhora, devia taxar-se estes rendimentos excecionais'", mas assinalou que "infelizmente, vivemos num país onde todas as empresas já pagam muitos impostos".
"Pagam impostos em sede de rendimento, no caso do IRC, pagam impostos como a derrama estadual, como a derrama local, e pagam muitas contribuições e taxas", assinalou o social-democrata após uma conversa, em Oeiras, sobre "Desafios Económicos do País", sublinhando também que, no caso do setor energético, as empresas "pagam também uma contribuição extraordinária, que é suplementar e está estimada no Orçamento deste ano em 125 milhões de euros".
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Perante esta lista, Montenegro considera que "não há justificação para criar mais impostos" e alerta mesmo que, a acontecer, "será dado um sinal incorreto àqueles que investem também no setor da energia em Portugal".
"Havendo lucros superiores haverá também uma arrecadação de impostos superior", frisou.
Esta posição do novo líder do PSD contrasta com a do seu antecessor, Rui Rio, que na Assembleia da República vincou que, apesar de não ser favorável a taxar lucros excessivos, concordava com a taxação de lucros inesperados se decorressem da "situação conjuntural que vivemos", referindo-se então à guerra na Ucrânia.
"Se a ideia é que os lucros decorrentes da situação conjuntural que vivemos, que esse adicional de lucro seja taxado adicionalmente, concordo", dizia Rio, assinalando que se tal se poderia aplicar também à pandemia de Covid-19.
Questionado sobre esta posição de Rui Rio, Luís Montenegro ressalvou que "o PSD nunca teve essa opinião em termos finais".
Depois de a Galp ter anunciado na segunda-feira lucros de 420 milhões de euros no primeiro semestre, BE e PCP desafiaram o Governo a avançar com uma taxa sobre lucros extraordinários.
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*Com Lusa