Montenegro fala "num ano e Governo novos" e quer "mostrar a força" neste congresso estatutário. Há "uma onda laranja forte, mas os portugueses ainda não absorveram na plenitude a força" do PSD.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, garantiu novamente este sábado que só será primeiro-ministro "se vencer as eleições", sublinhando que não vai abrir portas ao "radicalismo e extremismo", até porque os eleitores encontram no seu partido "o porto seguro para o seu voto".
Luís Montenegro afirma que o povo português "é sábio" e "está atento", mostrando-se convencido que "não vai beneficiar o infrator". Ainda assim, assume: "Não são as pessoas que estão erradas quando não votam em nós."
O social-democrata volta a garantir que só será primeiro-ministro "se vencer as eleições", já que "quer sentir que essa é a vontade maioritária dos portugueses". Montenegro fala num projeto para "unir Portugal", a pensar nas pessoas, deixando os detalhes para mais tarde.
"Não vamos deixar ninguém para trás. Estamos abertos a contributos e queremos um Estado que atrapalhe o menos possível as vossas vidas. Portugal não tem de ser isto, Portugal não tem de ser pobreza", assegura.
Montenegro fala ainda "num ano novo e num Governo novo" e quer "mostrar a força" neste congresso estatutário. Há "uma onda laranja forte, mas os portugueses ainda não absorveram na plenitude a força" do PSD.
É preciso haver "união no projeto", pede Montenegro, e o PSD "é o partido que não se fecha em si mesmo".
"Este é o terceiro pântano político que o PS mergulha o país. Estamos aqui para devolver a qualidade de vida aos portugueses", atira, em tom elevado.
O social-democrata defende ainda que a decisão que os portugueses vão tomar no dia 10 de março "valerá para Portugal como aquela que foi tomada a 25 de novembro de 1975", mas, desta vez, com "uma grande diferença: o PS mudou de direção".
Montenegro considera por isso que a "linha vermelha" traçada por Mário Soares foi ultrapassada, e assegura que é do "PS para o PSD" que é possível entrar "na moderação". Ao contrário, "indo do PSD para o PS, entramos no radicalismo".
Quase 50 anos após o 25 de Abril, Montenegro acusa o PS de não ter derrubado "o muro", mas antes, de ter "saltado para o lado de lá".
Num discurso dirigido aos "votantes do socialismo moderado", que Montenegro acredita sentirem-se "órfãos" com a deriva dos socialistas, e que não se reveem num "país gerido assim", o social-democrata afirma que estes eleitores têm no PSD, "moderado, aberto e humilde, o porto seguro do seu voto".
Montenegro apelou aos portugueses que "acreditam que a dívida tem de se pagar", que acreditam que a TAP pode ser gerida por privados sem ser "sorvedouro de dinheiros públicos" e também aos que acreditam que a localização do novo aeroporto não pode ser decidida "por capricho".
"Não pode ser decidida por uma pessoa que acorda uma manhã e disse: espelho, espelho meu, quem é que decide um aeroporto mais rápido do que eu", ironizou.
O líder do PSD apelou ainda aos que se "indignam por ver mentir governantes" no caso da indemnização à gestora da TAP Alexandra Reis, que Pedro Nuno Santos admitiu mais tarde ter avalizado por SMS.
E acrescentou: "Este PSD é uma casa segura para os não socialistas, mas é também uma casa segura para os que não se reveem neste novo gonçalvismo travestido de geringonça".
Montenegro frisou que o PSD que lidera "não é extremista, não é rápida, não é ultraliberal".
"Este PSD, mais do que ser de esquerda ou de direita, é das pessoas e paras pessoas" afirmou, recebendo palmas de pé.
"Olho nos olhos", Montenegro garante igualmente que "não abre porta ao radicalismo e extremismo".
"Não sou eu vou quem vai abrir a porta ao radicalismo e ao extremismo. Não vale a pena tentar espantar o país com esse tipo de tiradas. Nós, no PSD, estamos muito esclarecidos", garante o líder social-democrata.
Luís Montenegro afirma que "quanto mais se batem, mais gostam um do outro", referindo-se à relação do PS com o Chega e sublinha que não será com o PSD que o partido de André Ventura vai chegar ao poder.
*com Cláudia Alves Mendes e Maria Ramos Santos