O Congresso do partido começou por ser estatutário, mas pode servir de rampa de lançamento para a campanha eleitoral.
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O Congresso do PSD que acontece no sábado em Almada começou por ser estatutário, para aprovar alterações aos estatutos do partido, mas que pode servir de rampa de lançamento para a campanha eleitoral do partido rumo às eleições de 10 de março. Hugo Soares, secretário-geral do PSD, garante que, em relação às alterações estatutárias, está tudo pacificado no partido e esclarece afinal o que quer a direção do PSD com as alterações aos estatutos.
"O que nós fazemos neste processo de revisão estatutária é aumentar e reforçar o poder das estruturas distritais na composição das listas de deputados, poder que elas não tinham. É precisamente ao contrário do que está a dizer, mas isso é de forma muito clara. Não tenho sobre isso qualquer dúvida, não me leve mesmo a mal. Até este congresso, o presidente do PSD e a comissão nacional tinham na sua mão o poder de fazer toda a lista de deputados em qualquer ciclo eleitoral. Após este congresso isso deixa de acontecer porque esse poder é repartido com as comissões políticas distritais numa lógica de responsabilização das estruturas e de respeito pela estrutura do partido", explicou à TSF Hugo Soares.
O social-democrata recordou que sempre que o partido fez congressos estatutários houve sempre muitas propostas, mas raramente se mudou alguma coisa.
"Estou absolutamente convencido que, desta vez, será com uma única proposta que é subscrita pelo líder do partido e que teve o envolvimento de muitos militantes de várias estruturas do partido. Foi um processo que durou cerca de oito meses de audição do partido. Estou absolutamente convencido de que ela pode colher, embora seja sempre difícil, essa maioria qualificada e a adesão dos militantes", afirmou o secretário-geral do PSD.
Como este Congresso pode também servir de preparação para a próxima campanha eleitoral, o PSD quer mostrar-se "unido" e "coeso" mas, acima de tudo, "moderado".
"Um PSD mobilizado, um PSD alegre, como dizia, mas sobretudo um PSD moderado. Uma espécie de único adulto na sala que está a olhar para o problema da vida das pessoas", acrescentou.