Em caso de vitória, PSD só não forma governo se "Chega e PS estiverem de mãos dadas"
Luís Montenegro assegurou que se não tiver maioria absoluta irá procurar apoios, "sendo certo que não se vai coligar com o Partido Socialista, nem com o Chega".
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O presidente do PSD garantiu esta terça-feira que, caso não tenha maioria absoluta nas eleições, o PSD não se coligará nem com o PS, nem com o Chega e responsabiliza-os caso não consiga formar governo.
"Se por acaso o PSD não tiver uma maioria absoluta no parlamento, tentará encontrar o reforço da sua posição de forma a alcançar essa maioria. Sendo certo que não se vai coligar com o Partido Socialista, nem com o Chega. Isso está absolutamente esclarecido. Se, mesmo assim, não houver a tal maioria absoluta que as pessoas têm na cabeça, terão de ser esses partidos a tomar duas posições: ou dar condições de governabilidade ao governo, ou deitá-lo abaixo. Mas, para deitá-lo abaixo, só acontecerá se o Chega e o PS estiverem de mãos dadas", garantiu Luís Montenegro aos jornalistas, depois de ter participado na CNN Portugal International Summit.
Lá dentro, o líder social-democrata já tinha abordado o tema das eleições marcadas para 10 de março para reforçar que só forma governo se vencer nas urnas e que, caso isso aconteça, só uma "coligação negativa" entre PS e Chega impedirá o PSD de governar.
"Nessa circunstância o Governo só pode ver o seu programa rejeitado se o voto for em conluio político entre o PS e o Chega. Já que se valorizam mutuamente, é preciso perguntar aos dois se estão disponíveis para isso", atirou.
Ainda com a ida às urnas de março em vista, Montenegro diz que espera que os portugueses "não beneficiem o infrator" e deixa algumas questões para os "outros putativos candidatos" a primeiro-ministro: "Governam se não ganharem as eleições? Era bom saber. Porque a primeira e única vez em que isso aconteceu o povo não foi informado previamente. Dentro do espírito de entendimentos políticos, o PS está disponível para se coligar com o Partido Comunista que ainda recentemente titubeou relativamente à invasão da Ucrânia. Se se vai coligar com o BE que tem uma postura anti-NATO?"
Antes, Luís Montenegro abordou o crescimento económico do país, para prometer, "no mínimo, o dobro", caso vença as eleições em março. De promessa em promessa, o social-democrata também falou numa descida de impostos.
"É possível baixar impostos sem colocar em causa as necessidades de arrecadação fiscal. O IRC é um desses casos", garante, sem deixar de dizer, ainda assim, que a prioridade está na descida do IRS: "É possível e desejável. A minha prioridade é o IRS."
O líder do PSD considera que "é possível ter uma diminuição transversal, em particular à classe média, e ter uma descida gradual do IRC", que estima que "possa ser de 6 pontos percentuais, 2% ao ano". Tudo isto para começar já em 2024, caso consiga ser primeiro-ministro.
"As pessoas estão a sentir-se castigadas, porque eu não considero, ao contrário do que considera o PS, que uma pessoa que ganhe 1200 euros é rica", rematou.