Pedro Nuno quer conclusões sobre Costa "o quanto antes", atira ao PSD "radicalizado" e defende TAP pública
Pedro Nuno Santos voltou a não fechar a porta a uma nova geringonça, "que foi um sucesso", e defendeu que para "derrotar o Chega, só há um voto que é no PS".
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Pedro Nuno Santos não se compromete com "limites temporais", afirma que "respeita os tempos da justiça", mas pede explicações aos portugueses sobre o caso que atirou o país para uma crise política. As conclusões do processo contra António Costa devem surgir "o quanto antes".
Em entrevista à TVI e à CNN Portugal, o candidato à liderança do PS recusou responder se as conclusões do processo devem vir a público até 10 de março, ou seja, antes das eleições, e defendeu a independência do sistema judicial e a presunção de inocência.
"É importante que a justiça, no seu tempo, deve concluir o processo o quanto antes. Não sou eu que vou impor prazos ao sistema judicia", acrescentou.
O Governo de maioria absoluta de António Costa ficou marcado por "casos e casinhos", até com Pedro Nuno Santos como protagonista, o que levou à demissão do antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação, mas o candidato à liderança socialista defende que os problemas não apagam "o legado" do primeiro-ministro.
"Esses problemas ou dificuldades não se sobrepõem às marcas muito positivas do legado de António Costa. E não podemos deixar que isso se esqueça. Depois de anos em que o país crescia pouco, há uma recuperação muito relevante", disse, numa referência aos tempos da troika.
Pedro Nuno Santos voltou a não fechar a porta a uma nova geringonça, "que foi um sucesso", e defendeu que para "derrotar o Chega, só há um voto que é no PS". "O Chega não é um problema do PS", concluiu.
Pedro Nuno cola PSD "ao radicalismo"
O antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação recusa revelar se dá luz verde a um Governo minoritário do PSD, focando-se nos objetivos eleitorais do PS, mas cola o partido de Luís Montenegro "ao radicalismo" e faz comparações com os tempos em que o PSD se coligava com o CDS-PP.
"Falaremos sempre com o PSD e há matérias de regime em que é imprescindível serem trabalhadas e discutidas com o PSD. Mas não posso ignorar que temos um PSD que está radicalizado. Não só o líder do PSD disputa com o Chega, mas também depende da Iniciativa Liberal (IL). É importante termos noção do que é um PSD dependente do CDS e um PSD dependente da IL", avisa.
E, para quem compara o Bloco de Esquerda e o PCP ao Chega, Pedro Nuno Santos defende que "não há equivalência" entre os partidos, até porque a esquerda já suportou um Governo do PS. Além disso, "respeitam o Estado de Direito, ao contrário do Chega".
TAP? "Não há pressa", mas Estado deve ser maioritário
Questionado sobre o processo do atual Governo para privatizar a TAP, Pedro Nuno Santos "não tem pressa" para a entrada de privados na companhia aérea (que está "saudável do ponto de vista económico) e volta a defender que, com ele, a maioria do capital não será privatizado.
"É muito importante que o Estado se mantenha na TAP. Por isso, esse objetivo será concretizado", garantiu.
Instado a assumir se o Estado manterá a maioria do capital, o candidato ao lugar de António Costa lembra que "essa foi sempre a sua posição", até pelas "experiências negativas" com empresas privatizadas, e a TAP "é estruturante para o país".
Notícia atualizada às 23h12