Montenegro também se demitiria perante comunicado da PGR? "Não faria nada que o pudesse motivar"
Luís Montenegro garantiu que o PSD aproveitará "todo o tempo disponível" para decidir "com rapidez" sobre o novo aeroporto.
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O líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou que as "lágrimas de crocodilo" do PS não incomodam os social-democratas depois de terem estado "15 anos a governar o país" e terem deixado Portugal "na cauda da Europa no ponto de vista do crescimento da economia".
"As lágrimas de crocodilo de António Costa, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro não incomodam o caminho do PSD. São filas de espera às portas dos hospitais, urgências encerradas, pessoas sem médico de família, alunos sem professor, muita gente a querer arrendar uma casa e a não conseguir, a querer comprar uma casa e a não conseguir, pequenos investimentos que ficaram na gaveta para que as contas estivessem equilibradas. É o país que nós temos, mas não é o país que quero para o futuro", sublinhou Montenegro.
Questionado também sobre se se demitiria perante um comunicado como o da Procuradoria-Geral da República que levou à demissão de António Costa, o social-democrata afirmou que "teria evitado que o comunicado saísse".
"Porque, naturalmente, não faria nada que o pudesse motivar. Esse é um problema existencial de António Costa no qual não me vou imiscuir", justificou.
Sobre o novo aeroporto, Montenegro garantiu que o partido aproveitará "todo o tempo disponível" para decidir "com rapidez" e apresentar a decisão logo que assuma a "tarefa de governar o país".
"Estamos na altura em que todos têm o direito de poder dar à Comissão Técnica Independente ainda mais elementos para tirar conclusões. O que é pedido aos técnicos é que nos deem informação técnica. O que é pedido aos políticos é que decidam. Nem os técnicos devem decidir, nem os políticos devem armar-se em técnicos especializados e eu não o farei", afirmou o presidente do PSD.
Depois de a Iniciativa Liberal ter feito saber que quer ouvir Nuno Rebelo de Sousa, filho de Marcelo, no Parlamento sobre o caso das gémeas, Montenegro afirmou que, se a proposta for apresentada, o PSD não vai ser um obstáculo.
"Creio que o essencial é que o país não tenha dúvidas de que as regras foram todas cumpridas e as regras são aqui a vários níveis. São as regras da intervenção de pessoas com responsabilidade política que possam ter condicionado o rumo e a análise da situação e podermos ter conclusão de que não houve benefício das pessoas que tiveram acesso a tratamento em desfavor de outras que poderiam ter tido. Quando tivermos elementos completamente cabais para concluir isso, o assunto ficará encerrado", acrescentou.