Algarvia, estudou Belas Artes em Lisboa e o talento levou-a a, na clandestinidade, fazer falsificações para o PCP a par de textos e ilustrações para o jornal "Avante!". Depois do 25 de Abril foi deputada e dirigente comunista.
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A resistente antifascista Margarida Tengarrinha, que foi também militante e dirigente do Partido Comunista Português, morreu aos 95 anos, confirmou a TSF junto do partido.
Natural de Portimão, o PCP confiou-lhe as funções de falsificadora quando era finalista na Escola Superior de Belas Artes, em Lisboa, onde conheceu José Dias Coelho.
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Juntara-se ao Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil em 1948 e, oito anos depois, em 1956, passou à clandestinidade, acumulando as funções de falsificadora com as de redatora e ilustradora do "Avante!".
Dias Coelho, também artista, acabaria por ser assassinado pela PIDE, em plena rua, em 1961. Ambos forjavam identidades e criavam documentos falsos para quem andava fugido à polícia política.
Tiveram duas filhas e a morte do companheiro ficou relatado por Zeca Afonso na música "A Morte Saiu à Rua".
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Depois disto, Tengarrinha foi viver primeiro para Moscovo e depois para Budapeste, até que em 1968 o desejo de voltar a Portugal a trouxe de volta ao país.
Manteve-se clandestina até ao 25 de Abril de 1974 e, depois da revolução, trabalhou na definição da política do PCP para a Reforma Agrária e fez parte do Comité Central.
Foi deputada à Assembleia da República entre 1979 e 1983, ano a partir do qual se dedicou às artes plásticas. Montou várias exposições em nome próprio, ilustrou livros e publicou vários, entre os quais se destaca "Memórias de uma Falsificadora: A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal", editado pela Colibri, em que conta a vida na clandestinidade.
Em 2018, então às portas de celebrar 90 anos de idade, deu uma entrevista à TSF por ocasião do lançamento do livro em que conta como participou na fuga de vários presos de Peniche, um deles Álvaro Cunhal, que "estava muito louro, usava uns óculos com umas grossas armações e estava muito disfarçado".
Margarida Tengarrinha nunca chegou a cumprir o seu sonho de saltar de paraquedas. Nas redes sociais, o PCP sublinha a vida "inteiramente dedicada à luta e intervenção pela emancipação dos povos, pela democracia, o progresso social, a paz e o socialismo" da antiga dirigente.
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