Uma das mais destacadas figuras do urbanismo e da habitação em Portugal, morreu esta quarta-feira, em Lisboa, com 93 anos, confirmou o presidente da Ordem dos Arquitetos à TSF, João Santa-Rita.
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Nascido em Lisboa, em 1922, Nuno Teotónio Pereira formou-se em arquitetura pela Escola de Belas Artes de Lisboa, foi autor e coautor de dezenas de projetos e também um histórico defensor de direitos cívicos e políticos durante o regime salazarista.
Com uma carreira de 60 anos, Teotónio Pereira distinguiu-se na habitação e no urbanismo. Conquistou várias distinções, entre elas o Prémio Valmor de Arquitetura, com a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, e o Projeto de Habitação Social para os Olivais Norte, em coautoria com Nuno Portas e Pinto de Freitas.
Para João Santa-Rita, presidente da Ordem dos Arquitetos, "o arquiteto Teotónio Pereira era muita coisa ao mesmo tempo. Um grande arquiteto, um grande homem, um grande cidadão, um grande lisboeta, um grande amigo. Será sempre um dia para recordar com tristeza e para recordar as coisas magníficas que nos deixou. A dimensão do arquiteto Teotónio Pereira equivale à enorme herança de boas coisas que nos deixou".
Em 1995, Nuno Teotónio Pereira recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e nove anos depois, em 2004, a Grã-Cruz da Ordem do Infante. Recebeu ainda a medalha de mérito atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa. Em abril de 2015, Nuno Teotónio Pereira foi distinguido com o Prémio Universidade de Lisboa 2015 pelo exercício "brilhante" na área da arquitetura e como "figura ética".