
Justiça
dr
O Ministério Público só vai decidir se recorre das sentenças do processo Casa Pia depois de «analisar pormenorizadamente» o acórdão integral, disse fonte da Procuradoria Geral da República.
Corpo do artigo
Após uma reunião entre o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, e o procurador do Ministério Público destacado para o processo Casa Pia, João Aibéu, a assessora da Procuradoria disse aos jornalistas que «só após análise pormenorizada» do acórdão será tomada alguma decisão, «designadamente no que diz respeito a eventuais recursos».
O Ministério Público só receberá o acórdão, «com cerca de duas mil páginas», na próxima quarta-feira, acrescentou.
A reunião entre Pinto Monteiro e João Aibéu, que demorou cerca de duas horas e meia, foi solicitada pelo procurador-geral da República e ambos «analisaram várias questões» relativas ao processo Casa Pia, disse a mesma fonte sem acrescentar pormenores.
O julgamento do processo de abusos sexuais na Casa Pia chegou na passada sexta-feira ao fim com a leitura do acórdão final, quase seis anos depois de ter começado.
A pena maior foi atribuída a Carlos Silvino, com o ex-funcionário da Casa Pia a ser condenado a 18 anos de prisão efectiva.
O apresentador de televisão Carlos Cruz foi condenado a sete anos de prisão efectiva, o diplomata aposentado Jorge Ritto a seis anos e oito meses e o ex-provedor-adjunto da Casa Pia Manuel Abrantes a cinco anos e nove meses.
A 8ª Vara Criminal, no Campus de Justiça de Lisboa, aplicou ainda ao médico Ferreira Diniz a pena de sete anos de prisão efectiva e ao advogado Hugo Marçal a de seis anos e meio.
Gertrudes Nunes, dona de uma casa em Elvas onde alegadamente ocorreram abusos sexuais, foi absolvida.