"Murro no estômago." Situação na Autoeuropa em "contraciclo" com expectativas de Palmela
O autarca de Palmela, Álvaro Amaro, destaca, em declarações à TSF, que gostava de ter visto as negociações "irem um pouco mais longe" e adianta que, para já, não está prevista "nenhuma medida" de apoio excecional aos trabalhadores.
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O presidente da Câmara de Palmela, distrito de Setúbal, confessa que a situação na Autoeuropa é "um murro no estômago", que vem "em contraciclo pelas expectativas criadas", numa altura em que eram planeados novos investimentos.
"É um susto muito grande e é um murro no estômago, que vem em contraciclo com as expectativas criadas até pelo novo modelo. Esta questão dos fornecimentos tem impacto na laboração. O impacto até ultrapassa as fronteiras do município de Palmela", confessa Álvaro Amaro, em declarações à TSF.
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A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, suspendeu a produção a partir da primeira quinzena de setembro, devido à falta de peças provenientes de um fornecedor severamente afetado pelas cheias de agosto na Eslovénia.
Embora na Autoeuropa o acordo entre a empresa e os trabalhadores tenha garantido uma remuneração a 95%, noutras empresas do parque industrial os cortes chegam a atingir os 33%, o limite definido por lei para situações de lay-off.
O autarca destaca, assim, que gostava de ter visto as negociações a irem "um pouco mais longe".
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"Porque este corte de 5% não é nada que abone para a situação já débil da economia de cada uma das famílias", lamenta.
Álvaro Amaro acredita na resiliência dos trabalhadores do concelho e adianta que, "obviamente", tem havido atendimento social em "todas as freguesias", assim como um acompanhamento "das maiores necessidades, segundo os critérios que estão definidos nos regulamentos".
Para já, não há "nenhuma medida prevista" de apoio excecional.
"Nós já vivemos situações destas no passado. Felizmente - até porque a mão de obra é qualificada e há muita dinamização económica em vários setores que requerem alguma mão de obra especializada - se calhar resistimos um pouco mais a este período menos bom", conta.