"Não atribuí indemnização." Medina não se "sente responsável por demissão de Pedro Nuno Santos"
O ministro das Finanças explica o caso que levou à demissão de Alexandra Reis e Pedro Nuno Santos.
Corpo do artigo
O ministro das Finanças, Fernando Medina, garante não se sentir responsável pela demissão de Pedro Nuno Santos, porque não conhecia, nem atribuiu a indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis.
"Não conhecia a indemnização, não a atribuí, não concordei com ela, por isso não me sinto responsável pela demissão de Pedro Nuno Santos", explica Fernando Medina.
O ministro das Finanças considera que tem condições políticas para continuar no cargo porque, no momento em que foi decidida a cessação do contrato de Alexandra Reis com a TAP, não era membro do Governo.
"Eu não ocupava nenhuma função governativa quando foi tomada esta decisão da TAP", refere.
Fernando Medina garante não ter conhecimento da indemnização a Alexandra Reis no momento do convite e da nomeação para secretária de Estado do Tesouro.
"Não estão em causa as competências da ex-secretária de Estado, mas a sua permanência punha em causa a autoridade política do Ministério das Finanças", explicou o ministro, garantindo que o momento da demissão era necessário para "pôr cobro à situação".
Fernando Medina não considera "regular" que o Ministério das Finanças não soubesse da indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis e remete uma decisão sobre a administração da TAP para depois das conclusões da investigação da Inspeção-Geral das Finanças (IGF).
O ministro garante que a informação de que a mulher estava no departamento jurídico da TAP no momento da saída de Alexandra Reis "é falsa", já que estava de licença de maternidade.
"Uma coisa é dizer-se que o departamento jurídico participou. Não sei se participou ou não. Outra coisa é dizer que a minha mulher participou. Isso é falso", reitera Fernando Medina.
15572270
Esta comunicação surge num momento em que o Governo vive uma crise interna, com a demissão de vários membros nos últimos dias. A secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, demitiu-se no início da madrugada de quinta-feira, enquanto o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, e o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, saíram um dia depois.
Na manhã desta sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou a hipótese de dissolução da Assembleia da República.
"Nós tivemos eleições há um ano. Não podemos ter eleições todos os anos. Não podemos, cada vez que há revoluções ministeriais mesmo por casos mais sensíveis à opinião pública, não podemos estar a dissolver a Assembleia. A dissolução é uma arma atómica de que dispõe o Presidente da República e não pode ser usada todos os anos", disse o Presidente da República.
Notícia atualizada às 14h00