"Fica ainda muito por explicar." PSD e BE continuam com dúvidas sobre indemnização da TAP
Social-democratas já requereram um debate de urgência com o primeiro-ministro sobre este assunto na próxima semana.
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Fernando Medina garantiu que não sabia da indemnização a Alexandra Reis e que a saída aconteceu porque estava em causa a autoridade do Ministério das Finanças, deixando também várias críticas à atual administração da TAP. No entanto, Hugo Soares, secretário-geral do PSD, recorda na TSF a notícia publicada pelo Expresso em maio sobre a indemnização e diz não compreender como é que ninguém sabia de nada no Governo.
"Este é um Governo de meias verdades, constantes trapalhadas e, de facto, fica ainda muito por explicar. Mesmo antes de o ministro das Finanças, em despacho conjunto com o ministro das Infraestruturas, ter nomeado Alexandra Reis para a NAV há uma notícia pública que dá conta da indemnização que foi paga à engenheira. Das duas uma: ou ninguém no Governo está atento às notícias que saem sobre as pessoas que recrutam para as empresas públicas ou então o ministro não diz a verdade toda. É que ainda por cima, nessa notícia, diz que confrontaram o Ministério das Infraestruturas e não confirmaram a informação. Hoje sabemos que isso levou à demissão de Pedro Nuno Santos e o Ministério das Infraestruturas sabia da indemnização paga à engenheira Alexandra Reis, por isso é muito estranho que ninguém nas Finanças soubesse", defende à TSF Hugo Soares.
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O PSD já requereu um debate de urgência com o primeiro-ministro sobre este assunto na próxima semana e Hugo Soares adianta as questões que os social-democratas querem ver ainda esclarecidas pelo primeiro-ministro.
"É importante perguntar ao primeiro-ministro se pode assegurar que ninguém no Ministério das Finanças sabia da indemnização paga. Se não sabiam, quem é que mentiu ao Ministério para o ter negado, em maio deste ano, publicamente. A terceira pergunta, relativamente à TAP, é o que é que o primeiro-ministro tenciona fazer com a administração da TAP", sublinha o secretário-geral do PSD.
Também o Bloco de Esquerda ainda não está esclarecido. Pedro Filipe Soares, líder parlamentar, continua com dúvidas.
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"Dá ideia que a conferência de imprensa do ministro das Finanças teve mais propósitos internos sobre as relações do poder no Partido Socialista do que para esclarecer o que realmente aconteceu com o caso de Alexandra Reis. O que o ministro disse de relevante foi que Alexandra Reis tinha um bom currículo, mas estranho como não questionou nem teve curiosidade para saber um pouco mais sobre a saída da TAP. Também devemos colocar em cima da mesa um outro aspeto: passou uma semana inteira, quando é que o primeiro-ministro falará ao país sobre esta matéria do seu Governo, da sua coordenação política e gestão governamental", acrescentou Pedro Filipe Soares.
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Segundo o jornal Público, esta foi a posição de Fernando Medina, inicialmente manifestada à RTP e agora repetida em viva voz, de que não tinha qualquer conhecimento da indemnização paga a Alexandra Reis, que foi determinante para a demissão de Pedro Nuno Santos. O jornal escreve que o ministro estava hesitante, mas esta posição do ministro das Finanças levou-o a avançar com o pedido de demissão ao primeiro-ministro quando, no início da polémica, estaria mais inclinado a manter-se no cargo.