"Não contem connosco." Cotrim de Figueiredo critica Rio por "fazer jogo da esquerda"
João Cotrim de Figueiredo assumiu, por outro lado, que o partido quer contribuir para uma mudança que combata o socialismo.
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João Cotrim de Figueiredo discursou no primeiro dia do congresso do Movimento Europa e Liberdade (MEL). Com Passos Coelho na plateia, o líder da Iniciativa Liberal criticou Rui Rio, mas acabou por assumir que o partido está disponível para projetar uma mudança
É um congresso em que toda a direita se junta, dos extremistas aos liberais, mas continua a haver espaço para criticar a família política. Cotrim de Figueiredo subiu ao púlpito, e garantiu que não vão contar com a Iniciativa Liberal para um PSD que vira à esquerda.
"Quando Rui Rio disse no Parlamento, há poucos dias, que até era melhor que o Novo Banco tivesse ficado na órbita do Estado, tem de ter a noção que está a fazer o discurso do PCP e do Bloco de Esquerda, que tudo querem nacionalizar. E quando o PSD se presta a várias iniciativas do PS, com o fim dos debates quinzenais ou a aprovação do Orçamento Suplementar, tem de ter noção que está a fazer o jogo da esquerda", apontou.
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E logo de seguida, críticas ao Chega: "Não contem connosco para enveredar por populismos e aceitar visões autoritárias de divisórias". O líder liberal assume que o partido nunca apoiará "visões não liberais da sociedade".
Com os extremismos de parte, Cotrim de Figueiredo acabou por dar a mão ao PSD, lembra o crescimento da Iniciativa Liberal e pede uma mudança que combata o socialismo.
"Queremos pôr esta força crescente ao serviço da mudança que todos queremos. Contem connosco para discutir ideias antes de discutir pessoas, e para discutir políticas antes de discutir cargos. Queremos subordinar os interesses do Estado, aos interesses das pessoas", adianta.
O líder da Iniciativa Liberal disse ainda que se começa a sentir medo pelas políticas do Governo. Um governo que em tudo manda, e que provoca "medo de dar a cara, de criticar, de integrar listas", dizendo que o partido teve essa experiência nos Açores e nas autárquicas.
"Esta sociedade, que está adormecida e receosa, tem muito a ver com termos um Estado que está refém dos interesses de um único partido. O PS tem tomado conta do aparelho do Estado, na sociedade é comum a sensação de que é fundamental ter o cartão do partido para subir na vida", afirmou.
Cotrim de Figueiredo reiterou ainda as suas críticas à forma como o executivo socialista tem gerido os dossiês da TAP e do Novo Banco.
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