Com as entradas e saídas vedadas à maior parte da população em Ovar, a GNR, a PSP e a Proteção Civil têm uma grande operação montada para garantir que ninguém fura a cerca sanitária.
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Desde que o Governo declarou o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar, distrito de Aveiro, ficou proibida a "circulação e permanência de pessoas na via pública, exceto para deslocações necessárias e urgentes".
Para garantir que a cerca sanitária é cumprida, foi imposto um controlo de segurança de entradas e saídas no território.
São 92 quilómetros quadrados e 16 pontos de controlo com a presença de militares, numa operação que nunca tinha sido feita em Ovar.
"Não é todos os dias que se pede para garantirmos a fronteira de um município. Temos que garantir isolamento de duas localidades, neste caso Ovar e Esmoriz. Criar um cerco sanitário não é algo comum", explica o Comandante de Destacamento Territorial da GNR de Ovar.
Em declarações à TSF, Victor Ribeiro explica que o mais difícil até agora tem sido fazer com que toda a gente fique em casa mas admite que "é normal que os cidadãos tenham alguma dificuldade em acatar de imediato estas ordens".
A GNR vai apelando à população para que cada cidadão seja "um agente de proteção civil" e garante que o objetivo "não é deter as pessoas ou reter pessoas".
O Comandante de Destacamento Territorial da GNR de Ovar lamenta que nem toda a gente cumpra as ordens, havendo até relatos de cidadãos que ignoraram bloqueios montados pelas forças de segurança.
"Algumas barreiras metálicas, embora tivessem com a máxima segurança para permanecer, foram retiradas", conta.
Ainda assim, Victor Ribeiro garante que há cada vez menos cidadãos na rua. "Para nós - Guarda Nacional Republicana e Proteção Civil - é muito importante porque só assim é que nós poderemos conter esta pandemia."
O comandante da GNR admite que a população de Ovar teve pouco tempo para se preparar para o cerco sanitário mas lembra que é importante permanecer em casa.
Nos termos do Despacho assinado pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ficam encerrados "todos os serviços públicos, nacionais ou municipais, exceto hospitais e centros de saúde, forças e serviços de segurança, serviços de socorro, comunicações e abastecimento de água e energia" até ao dia 2 de abril em Ovar.
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