"Não há outro remédio." Costa diz que empresas têm de aumentar salários e antecipa "aumento histórico das pensões"
Primeiro-ministro garante que a fórmula de 2007 vai continuar a ser aplicada às pensões porque "as leis existem para ser cumpridas".
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António Costa garante que "não há outro remédio": as empresas vão ter de aumentar os salários para serem competitivas, e admite "surpresa" pelo impacto do seu pedido, para que as empresas aumentam em 20% o salário médio até 2026.
No programa especial o "Princípio da Incerteza", da CNN Portugal e da TSF, o primeiro-ministro explicou que a massa salarial, este ano, cresceu 3,6%, e o aumento do próximo ano "terá de ser negociado com os sindicatos".
"Vai ter de ter em conta que o princípio da atualização anual vai-se manter, e as carreiras vão continuar congeladas", acrescentou.
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O primeiro-ministro antecipa ainda um aumento histórico das pensões em 2023, tendo em conta a inflação e o crescimento económico. "Tendo em conta as previsões que existem, vamos ter um aumento histórico das pensões de reforma com a aplicação da fórmula que existe desde 2007", disse.
Questionado pelo moderador do programa, Carlos Andrade, se não há a mínima dúvida quanto ao aumento das pensões, António Costa responde que "não há a mínima dúvida de que vamos aplicar a fórmula", isto porque "as leis existem para serem cumpridas".
José Pacheco Pereira, um dos comentadores residentes, afirmou que "se retirarmos os subsídios do Estado, uma parte do país fica pobre", com o primeiro-ministro a criticar os que afirmam, constantemente, que Portugal é um país pobre.
"Nós não podemos estar sempre a automartirizar-nos como se tivéssemos sido há 40 anos um país rico que, de repente, ficou pobre", atirou, lembrando que Portugal cresceu acima da média europeia de 2016 a 2019.
O primeiro-ministro foi ainda questionado sobre se o país vai precisar de um Orçamento retificativo, para alterar o documento atual, mas António Costa pede que se deixe de lado "a doença nacional do ceticismo".
"Como é que um Orçamento que foi promulgado na sexta-feira, e já só vive para metade do ano, se pode pensar que vai ser alterado?", questionou.
O próximo Orçamento do Estado vai começar a ser discutido no Parlamento já em novembro, tendo em conta que, com as eleições legislativas em janeiro, o documento atual foi aprovado a meio do ano.