"Não podemos continuar a vida normal." Greve Climática Estudantil bloqueia entradas da FCSH
A porta-voz do movimento assegura, à TSF, que "a onda de ações pelo fim ao fóssil não tem um fim definido".
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A Greve Climática Estudantil, que prometeu no início da semana parar escolas, universidades e instituições governamentais, bloqueou na manhã desta sexta-feira as entradas de um dos edifícios da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa.
Esta é mais uma etapa dos protestos pelo fim aos combustíveis fósseis, após o coletivo de estudantes ter garantido que não vai parar enquanto as suas reivindicações não forem ouvidas.
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A porta-voz do movimento, Catarina Bio, conta à TSF qual é o objetivo desta ação, sublinhando a importância de encarar a emergência climática como uma verdadeira ameaça.
"Na noite de ontem [quinta-feira] para hoje [sexta-feira], estudantes entraram num dos edifícios da faculdade, o edifício C, barricaram todas as entradas e alguns ficaram fechados lá dentro, outros estão do lado de fora, mas fecharam a faculdade em protesto porque dizem que é necessário nós levarmos esta emergência - que é a emergência climática - como verdadeira emergência que é", explica.
A Greve Climática Estudantil aponta que "o colapso climático está iminente" e sublinha que é precisamente para este problema que os relatórios científicos têm alertado. O movimento apela por isso para que não se continue a "ignorar o problema".
"Quando a nosso casa está a arder, não podemos continuar a ter a nossa vida normal, temos de encarar o problema de frente e parar", assegura a porta-voz.
Os protestos do movimento Greve Climática Estudantil começaram no início da semana e não têm fim à vista. Os jovens garantem que só param quando tiverem uma resposta do Governo.
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"A nossa onda de ações pelo fim ao fóssil não tem um fim definido. Vamos continuar a fazer protestos dentro de escolas e instituições de poder enquanto o Governo não garantir o nosso futuro, porque não pode haver paz até o nosso futuro estar garantido", alerta a porta-voz.
Num comunicado enviado às redações, os estudantes assumem-se como "o alarme de incêndio" que avisa quando chegou o momento de parar.
"Não podemos continuar a ignorar enquanto o fogo se alastra e estamos a ficar sem tempo", afirmam.
Questionada ainda pela TSF sobre o protesto marcado para 24 de novembro, que começa às 11h00 na Praça Luís de Camões e termina com uma "visita de estudo" ao Ministério do Ambiente, Catarina Bio esclarece o significado dessa designação.
"Visita de estudo significa que nós vamos entrar e ocupar o Ministério do Ambiente porque claramente este Ministério representa a inação geral de todo o nosso Governo para lidar com a crise climática", defende.
Os ativistas reivindicam o fim ao fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025. Esta segunda-feira marcou o arranque de novas ações da Greve Climática Estudantil, que promete parar escolas e instituições do Governo.