Coordenador do plano de vacinação considera que os meses de verão ainda vão ser condicionados pela pandemia.
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O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação, considera que o próximo verão ainda vai ser condicionado pela pandemia porque, antes de o verão começar, ainda não vai haver imunidade de grupo, que só deverá ser atingida entre o final de agosto e início de setembro.
"Julgo que não vai ser um verão normal porque o processo de vacinação, antes de começar o verão, ainda não estará na fase em que há imunidade de grupo, de acordo com os especialistas, e só atingirá essa fase, em princípio, praticamente no fim do verão. Sem imunidade de grupo, o verão não deve ser normal, deve ser com todos os cuidados que temos mantido até agora. Há a expectativa de, no Natal, termos a população praticamente toda vacinada se as vacinas que temos encomendadas chegarem nas quantidades que estão encomendadas e não houver mais atrasos", explicou Gouveia e Melo em entrevista à TVI24.
O objetivo é, no segundo semestre do ano, poder aumentar o ritmo para 81 mil vacinas por dia.
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"Nessa situação, na passagem do primeiro para o segundo trimestre, vamos ter de encontrar outras soluções. Podem passar por novos métodos de administrar a vacina como, por exemplo, postos de vacinação rápida ou massiva, novos períodos alargados aos fins de semana ou usar outros agentes que possam vacinar, como as farmácias. Todas estas opções estão em aberto e podemos usar as três em simultâneo", afirmou o novo responsável da task force para o processo de vacinação contra a Covid-19.
Administrar a AstraZeneca a pessoas com mais de 65 anos? "Esse cenário existe sempre"
Henrique Gouveia e Melo admitiu a possibilidade de Portugal usar a vacina da AstraZeneca em maiores de 65 anos caso a escassez de vacinas se mantenha.
"Esse cenário existe sempre. O que a DGS disse é que esta vacina foi aprovada acima dos 18 anos. Tudo indica que a vacina tem qualidade e não há dúvidas sobre isso. As experiências que foram feitas é que não tinham, no grupo de mais de 65 anos, pessoas suficientes para provar isso, mas as outras vacinas também não tinham muito mais. Esta vacina está a ser aplicada no Reino Unido e nos EUA sem restrições", acrescentou o vice-almirante.
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