"Não vais ter sempre quem te dê boleia." Papillon conduz hip-hop português a Algés com Jony Driver
O rapper, cantor e compositor falou com a TSF sobre o seu percurso antes de subir ao palco e a forma de estar ao volante da vida.
Corpo do artigo
Em 2018, Papillon - nome artístico de Rui Pereira - lançava o álbum Deepak Looper e iniciava a carreira artística a solo. Quatro anos depois, trouxe aos fãs Jony Driver, numa viagem emocional de dor, fragilidade, preconceito, amor e esperança.
Momentos antes de subir ao palco WTF no Alive, Papillon falou com a TSF sobre o seu percurso.
"Os anos passaram e a vida ensinou-me: por mais que eu corra atrás do sonho, a realidade corre duas vezes mais rápido", pode ouvir-se no short film de apresentação de Jony Driver, um disco que "fala muito sobre perda, sobre lidar com a dor" e sobre o que foi "aprendendo ao longo do caminho".
Durante muitos anos, o artista tentou tirar a carta de condução, "um exercício bonito" que aproveitou para realizar durante o processo criativo do novo disco. No entanto, há mais do que o simbolismo "prático" em Jony Driver: Papillon procurou fazer uma analogia "do volante que é a vida".
"Não vais ter sempre quem te dê boleia, nem quem te guie. O disco é também um bocado esse incentivo de assumir o volante da tua vida e faz-te à estrada", disse.
TSF\audio\2023\07\noticias\08\papi_1_estrada
São 13 faixas, com duração entre cinco a sete minutos. Um total de uma hora e 18 minutos de música. Ousado? Talvez. Mas é o tempo necessário para Papillon viajar até ao passado e partilhar, entre rimas diferente que casam com voz de forma original, a sua luta pessoal e homenagear o seu pai.
Outra curiosidade são os pontos finais nos nomes das músicas, um pormenor que mostra "as coisas que foram interrompidas".
TSF\audio\2023\07\noticias\08\papi_2_pontos_finais
Nem tudo são rosas e tens que aprender a ultrapassar certas coisas. E às vezes, a nível profissional, as coisas correm todas muito bem, mas depois do lado pessoal as coisas não correm tão bem e tu tens que encontrar ali uma paz.
O tema "Jony Driver", que o artista confessou ser o seu preferido de momento, fez-se ouvir no palco do Alive esta sexta-feira, numa atuação que procurou um "equilíbrio de músicas antigas e do novo disco".
O storytelling e a música de Papillon têm feito história no hip-hop e, apesar de ser "expectável" o grande crescimento na indústria, é também uma "surpresa agradável".
TSF\audio\2023\07\noticias\08\papi_3_storytelling
Com Deepak Looper, Papillon revelou ao público a sua identidade. Agora, com Jony Driver mostrou quem realmente é, quais são os seus valores. Para o futuro, o rapper, cantor e compositor português "não tem planos", mas admitiu que gostava "de entrar numa nova fase" de criação: "Quando tiver coisas para publicar, as pessoas vão saber."
O NOS Alive termina este sábado, único dia para o qual ainda há bilhetes. Pelo palco principal vão passar Queen of The Stone Age, Sam Smith, Rufus du Sol, Machine Gun Kelly e Carolina Deslandes com Bárbara Tinoco.