Presenças assíduas, em Portugal, desde 2006, os Arctic Monkeys reinaram no palco principal do NOS Alive misturando temas antigos e novos do mais recente (2022) "The Car."
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De casaco preto, camisa branca e gestos ondulantes, Alex Turner assume cada vez mais a pose de "crooner" do que de estrela de rock.
De frente para o palco, coladas às grades, quatro admiradoras de sempre comentam a evolução da banda que atuou, pela primeira vez, em Portugal, em 2006, num palco (Paradise Garage) muito diferente, em dimensão e exposição, deste que ocuparam, na segunda noite do NOS Alive. Desde então, já vão no décimo concerto em Portugal.
Mais longo do que a prestação do ano passado, no MEO Kalorama, o espetáculo desta sexta-feira foi considerado pelos seguidores da banda, ouvidos pela TSF, mais equilibrado entre os temas mais clássicos como "Fluorescent Adolescent" com canções mais recentes como "Sculptures of Anything Goes" que abriu a hora e meia de concerto.
Além da presença teatral de Alex Turner, lânguido ao microfone e enérgico na guitarra, como em "Brianstorm", Jamie Cook, Nick O'Malley e Matthew Helders completaram a formação base que trouxe ao NOS Alive um concerto mais "composto," na opinião de dois ingleses que vivem a cerca de 80 quilómetros da banda de Sheffield, e já os tinham visto, este ano, no Festival de Glastonbury.
Hinos como "Snap Out of it," "Why'd You Only Call Me When You're High?" e "Ain't Quite Where I Think I Am" foram aquecendo as vozes do público, mesmo que, aqui e ali, tenham sido mais as conversas sobre a banda do que os olhos presos no palco.
As pausas entre os temas não esmoreceram duas estreantes nas andanças festivaleiras, uma de leve vestido branco, a outra de calções e T-shirt negra que rodopiavam ao fundo do recinto, ao som de "There'd better be A Mirror Ball" - e lá estava, no cenário, a tal bola de espelhos. Para elas, como para uma admiradora mais veterana que, à meia-noite e dez, ainda resistia de pé, quando muitos já optavam por assistir sentados ou até deitados aos últimos instantes do concerto, valeu a pena ficar para assistir às metamorfoses que a banda ensaia, reinventando-se e vestindo uma nova pele, mesmo quando regressou, quase a fechar, ao seminal, "I Bet You Look Good On The Dancefloor."
Para os fãs, Alex Turner mostrou-se mais comunicativo, embora durante grande parte do concerto tenha limitado a interação aos agradecimentos ao público. No entanto, guardou para o final uma maior expressão de afeto para os apoiantes de sempre da banda.