Governo acolhe 10 migrantes do Aquarius, mas quanto à bandeira deixa BE sem resposta
Portugal compromete-se a receber 10 das 58 pessoas que se encontram no navio.
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O Governo não se mostrou, para já, está disponível para registar o navio Aquarius em Portugal. A proposta foi feita pelo Bloco de Esquerda, mas em comunicado enviado às redações o ministério da Administração Interna (MAI) não inclui a medida entre os termos em que Portugal está disposto a ajudar.
O Governo disponibiliza-se a acolher refugiados, mas quanto a atribuir ou não bandeira portuguesa ao navio, Bloco fica sem resposta.
"Portugal acordou com Espanha e França (...) acolher 10 das 58 pessoas que se encontram no navio Aquarius II", pode ler-se na nota enviada pelo MAI.
O gabinete de Eduardo Cabrita lembra que "Portugal continua a defender uma solução europeia integrada, estável e permanente para responder a este desafio migratório mas, por razões humanitárias e face à situação de emergência em que se encontram estas pessoas, manifesta mais uma vez a sua disponibilidade para, solidariamente e de forma concertada com Espanha e França, acolher parte do grupo de migrantes".
Em declarações à TSF, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, disse que impedir a missão do Aquarius é "na prática, uma condenação à morte de inocentes".
"Só este ano já morreram mais de 250 mil pessoas a atravessar o Mediterrâneo", lembra.
Desde fevereiro de 2016 o navio Aquarius, ao serviço das organizações não-governamentais SOS Meditanée e Médicos Sem Fronteiras, resgatou 29.523 pessoas no mar Mediterrâneo.
Inicialmente registado em Gibraltar, a bandeira foi-lhe retirada em agosto. Conseguiu novo registo em setembro, agora a bandeira do Panamá, mas apenas durante alguns dias.
A bordo do Aquarius estão 58 pessoas, a maioria de nacionalidade Líbia. A condições do tempo estão a piorar e o navio continua sem porto seguro onde atracar.
Esta manhã, o ministro francês das finanças reafirmou que para já, Paris não autoriza o desembarque dos migrantes que estão a bordo do Aquarius. França sugere que em vez de Marselha, o Aquarius seja acolhido em Malta.
[Notícia atualizada às 16h50]