Negociações à vista. Fectrans sai das Infraestruturas com "alguma expectativa"
Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações revela que o Governo correspondeu "um pouco" à reivindicação de reabertura de negociações nas empresas.
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Foi com indicações para negociar que terminou a reunião entre a Fectrans, que representa os trabalhadores de várias empresas públicas e de transportes, e o Ministério das Infraestruturas, na manhã desta segunda-feira.
À saída do encontro, o dirigente José Manuel Oliveira reconheceu que os trabalhos desta manhã "abrem alguma expectativa para os próximos tempos" porque a posição do Governo "corresponde um pouco" à exigência da Fectrans, que defende a "necessidade de reabertura dos processos negociais".
A federação quer ver esclarecido se os trabalhadores dos transportes têm direito ao "aumento intercalar, como foi decidido para a administração pública", de 1%, mas pede também uma discussão mais profunda sobre as "carreiras profissionais" das empresas públicas, "tendo em conta que ao longo destes últimos anos, em particular a partir de 2009, se verificou uma forte desvalorização salarial".
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E depois de, na última quinta-feira, a CP - Comboios de Portugal ter anunciado que chegou a acordo com o Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ) para pôr fim ao conjunto de greves destes profissionais, que cancelaram centenas de comboios, a Fectrans espera que o tratamento seja estendido a todos os outros profissionais.
Sendo certo que "cada organização é independente e fará os acordos que entender", assinala José Manuel Oliveira, a Fectrans espera que esse mesmo tratamento se possa "concretizar na mesa de negociação". Até porque, alerta, "não é a primeira vez" que são confrontados com "tratamentos diferenciais".
"Depois, ao contrário da CP, que diz que acabou com os protestos, têm outro tipo de protestos", avisa.
Esta manhã, ainda antes da reunião com o ministro João Galamba, personagem principal da mais recente polémica no Governo, a Fectrans garantiu que o que é importante não é o nome do interlocutor, mas sim encontrar soluções para o setor.
João Galamba "é ministro, está a receber um salário do erário público enquanto ministro. Portanto, enquanto não houver efetivamente uma demissão ou não terminar as suas funções, tem toda a capacidade para discutir e resolver os problemas", considerou José Manuel Oliveira.