Nem guerra, nem voto contra Orçamento. As propostas que ficaram de fora da Conferência do PCP
Das cerca de 500 propostas de alteração recebidas, algumas (não quantificadas) foram recusadas pela direção do PCP por serem consideradas "desadequadas".
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Referências à guerra na Ucrânia, em tom divergente da posição do PCP, e propostas que relacionavam a quebra eleitoral do partido, nas últimas legislativas, foram algumas das alterações chumbadas pela direção comunista.
O projeto de resolução política vai ser votado na Conferência Nacional mas deixa de fora propostas que foram consideradas "desadequadas", como explicou Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do PCP.
"Não foram aceites propostas que colidiam com teses centrais assumidas no XXI congresso e o programa do partido," explicou Vasco Cardoso, detalhando que ficaram de fora, por exemplo, alterações que "estabeleciam a relação entre a nova fase da vida política nacional e os resultados eleitorais obtidos, ou as que correlacionavam a opção de voto contra o Orçamento de Estado de 2022 com quebras eleitorais."
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Foram também excluídas as propostas que "faziam uma avaliação da situação internacional desvalorizando o papel do imperialismo americano enquanto principal fator do seu agravamento."
Entre as alterações aceites estão a identificação da "China como alvo principal do imperialismo" e o "combate a todas as discriminações, designadamente em função da orientação sexual".
"Precisaram-se aspetos sobre as dificuldades, insuficiências, atrasos e deficiências que se colocam na organização e intervenção partidárias."
Contra aqueles que "se escandalizam com a vida interna do PCP", Vasco Cardoso sublinhou que "em matéria de democracia interna", o PCP tem um "património ímpar pelo valor do trabalho coletivo" que "recusa conceções assentes na superficialidade da análise e nos limites do pensamento único."
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