"Nem política, nem religião, nem raça." Há uma árvore a recrutar dadores de sangue na JMJ
À TSF, a FAS-Portugal afirma que o futuro das reservas de sangue passa pelos jovens.
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A Federação das Associações de Dadores de Sangue (FAS-Portugal) leva a causa à Jornada Mundial da Juventude. Entre as missas, as catequeses, as rezas e a música, esta federação tenta aproveitar a comunidade jovem cristã para recrutar novos dadores para as reservas sanguíneas em Portugal e no resto do mundo.
Para amostra, há uma tela de uma árvore que é o símbolo da federação. "A árvore veio despida e neste momento tem várias impressões digitais, umas a verde e outras a vermelho. As impressões a verde são de pessoas que ainda não são dadoras, mas que fazem intenção de ser dadoras. As vermelhas são de pessoas que já são dadoras", explica à TSF Pedro Carvalho, presidente da FAS-Portugal.
O líder da federação nota que a árvore "tem chamado a atenção das pessoas" e, assim, aproveita "para fazer promoção à dádiva de sangue".
"É necessário, principalmente junta da comunidade jovem, alertar para a necessidade de eles serem os futuros dadores em Portugal para garantirem as reservas da dádiva de sangue, que muita falta faz a quem está doente, a quem, por exemplo, possa ter uma doença cancerígena e nós temos de garantir todos esses componentes sanguíneos", afirma.
Tudo isto feito em cooperação com a organização do evento: "Em boa hora, contactámos a Fundação JMJ, que nos abriu os braços e achou a ideia muito boa, tanto que quer transportar para futuras jornadas fora do país e isto deixa-nos muito satisfeitos, porque nós também temos obrigações a nível internacional."
Para Pedro Carvalho, Portugal é um país que se pode orgulhar de estar "de estar muito bem visto no plano internacional pelo trabalho que faz, porque consegue garantir as reservas de sangue de forma benévola, altruísta e, principalmente, não remunerada" e é isso por que luta a federação.
E como relacionar a dádiva de sangue com a Jornada Mundial da Juventude? "O espírito cristão é precisamente isto, mas, no nosso caso, estamos aqui num numa promoção da dádiva de sangue a aproveitar este momento da união entre as pessoas cristãs, porque sabemos que são sensíveis a isso e realmente nós não temos, neste aspeto, nem política, nem religião, nem raça, mas todos contam e como todos contam, nós estamos aqui juntos desta concentração fantástica de jovens para podermos promover a dádiva de sangue e para podemos captar. Nós temos de ir ao encontro dos jovens. Não podemos estar à espera que sejam eles ir ao nosso encontro."
Por isso mesmo, a FAS-Portugal faz palestras em escolas e vai a encontros de escuteiros. "É isso que nós temos que fazer: é promover a dádiva de sangue junto dos jovens, é trazê-los para plantar esta realidade, para eles perceberem que o futuro da dádiva de sangue depende deles. Os mais velhos, por razão de saúde ou pelo limite de idade, que é 65 anos, podem ter de sair. Então vamos ter de recrutar novos dadores e, neste caso, os jovens contam muito para esta, para esta causa", defende.
A tela vai ficar na sede da FAS-Portugal, mas pode andar a viajar pelo país, já que a federação vai convidar várias entidades para expô-la nesses locais.
"Esta adesão dos jovens, esta nossa promoção que foram jovens realmente de todos os países, porque nós também queremos transportar esta mensagem para todos os países. Em todos os países fazem falta pessoas a dar sangue e há países onde a dádiva ainda é paga. Nós queremos transmitir também sentimento que é dar sangue sem estar à espera de retribuição. Principalmente, estamos a dar sem saber para quem. Isto é aquilo que faz da dádiva de sangue um movimento altruísta, um movimento fantástico em todo o mundo", remata Pedro Carvalho.