Neonazi Mário Machado detido em casa e levado para o Estabelecimento Prisional de Lisboa
O mandado de detenção relativo à condenação a dois anos e dez meses de prisão por discriminação e incitamento ao ódio e violência
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O militante neonazi Mário Machado foi esta quinta-feira detido em casa, em cumprimento de um mandado de detenção relativo à condenação a dois anos e dez meses de prisão por discriminação e incitamento ao ódio e violência.
De acordo com um comunicado da Polícia Judiciária (PJ), a autoridade "cumpriu um mandado de detenção para cumprimento de pena de dois anos e dez meses de prisão efetiva, de um homem, de 49 anos, militante neonazi, condenado por discriminação, incitamento ao ódio e à violência e instigação pública, pelo Tribunal da Relação em dezembro do ano passado".
A PJ explica o processo: "No âmbito de uma investigação conduzida pela PJ, em 2022, o tribunal deu como provado o incitamento ao ódio e à violência contra mulheres, que visaram em particular uma professora. Em causa, neste processo, estavam mensagens publicadas na antiga rede social Twitter, em que este apelava à "prostituição forçada" das mulheres dos partidos de esquerda."
Segundo o seu advogado, José Manuel Castro, o militante neonazi foi detido cerca das 16h30 e será encaminhado para o Estabelecimento Prisional de Lisboa, de onde pedirá para ser transferido para a cadeia das Caldas da Rainha.
Mário Machado tinha anunciado que iria entregar-se na próxima segunda-feira, 26 de maio, pelas 15h00, no Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha, um anúncio que “terá antecipado sem qualquer necessidade” a detenção, considerou José Manuel Castro.
Até ao final da manhã de quarta-feira o advogado não tinha qualquer informação sobre a emissão de um mandado de detenção.
O militante neonazi foi detido para cumprimento de pena depois de ter perdido o último recurso que lhe era possível, no Tribunal Constitucional, no processo em que foi condenado por publicações na rede social X (antigo Twitter) contra mulheres de esquerda que visaram em particular a professora e ex-dirigente do Movimento Alternativa Socialista (MAS) Renata Cambra.
O recurso para o Tribunal Constitucional aconteceu depois de o Tribunal da Relação ter confirmado a pena da primeira instância e ter rejeitado as alegações de Mário Machado de que as declarações em julgamento eram um “exercício de humor”.
Em causa neste processo estavam mensagens publicadas na rede social, atribuídas a Mário Machado e Ricardo Pais - também condenado neste processo -, em que estes apelavam à "prostituição forçada" das mulheres dos partidos de esquerda, e que visaram em particular Renata Cambra.
Mário Machado e Ricardo Pais foram condenados em primeira instância a 7 de maio de 2024, tendo na altura, o advogado de defesa José Manuel Castro manifestado a sua surpresa com a sentença, considerando-a “injustificada e pesada” e a esperança numa absolvição de Mário Machado pela Relação de Lisboa, o que não se verificou.
