Na cerimónia de balanço do semestre na Presidência portuguesa da União Europeia, António Costa agradeceu a Augusto Santos Silva o facto de lhe ter permitido não descurar o Governo do país.
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No momento em que se tem debatido, na cena política, uma eventual remodelação que refresque o executivo, António Costa fechou o balanço dos seis meses de presidência portuguesa com um agradecimento a todos os "colegas de Governo" com "uma palavra especial" ao ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva:
"Das muitas coisas que se costumam dizer sobre as presidências é que são muito bem sucedidas lá fora mas que distraem muito os primeiros-ministros cá dentro. Graças ao comando efetivo que assumiste na presidência, ninguém se queixou da ausência do primeiro-ministro. Creio, aliás, que alguns se queixam do excesso da presença do pirmeiro-ministro", ironizou Costa considerando que Santos Silva e a secretária de Estado dos Assuntos Europeus Ana Paula Zacarias foram "alma, músculo e cabeça desta presidência."
Numa referência à pandemia da Covid-19 que marcou esta presidência, obrigando à reformulação da logística, António Costa avisou que "o alfabeto grego ainda tem muitas letras para novas variantes."
António Costa destacou ainda o contributo de Portugal na "corrida de estafetas" da presidência para a "maratona" do projeto europeu considerando que as "sementes" lançadas nas áreas do ambiente, da digitalização, da inclusão terão de dar fruto.
"Não podemos parar, temos de avançar e a Europa tem de ter uma visão mais cosmopolita", defendeu o chefe de Governo, lembrando que o mundo é cada vez maior e a Europa não pode ser cada vez mais pequena".
Antes da intervenção de Costa, Augusto Santos Silva lembrou o mote da presidência "Tempo de agir por uma recuperação justa, verde e digital", sublinhando que pode ter havido "tempestades cerebrais" para decidir o lema mas "nunca houve dificuldade sobre a opção programática de fundo."
Antes, ouviram-se as mensagens enviadas pela presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen, por Charles Michel que lidera o Conselho Europeu e por David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu. Todos elogiaram o "extraordinário" trabalho de uma "presidência de ação", sublinhando objetivos alcançados como o certificado digital, os planos de recuperação e o impulso no pilar social.
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