Na última noite do festival, os norte-americanos liderados por Josh Homme tiveram uma entrega total ao público e à adrenalina do rock. No final, disseram que desafiaram a organização e tocaram uma canção extra.
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Afinal, como disse Josh Homme, tinham "cruzado o oceano" para estar ali à beira-rio, perante uma multidão que os acolheu desde que soou "Smile" a prenunciar a entrada em cena da banda formada em Seattle nos anos 90 e que regressou a Portugal depois de ter estado, em 2018, neste mesmo festival.
Josh Homme, fundador, voz, guitarra e o único que resiste desde o início, foi o inegável mestre de cerimónias. Dos sucessivos convites à dança e ao amor, à vontade expressa de ignorar o que se passa no resto do mundo, porque o que importava era aquela multidão ondulante "como uma cobra gigante, à beira-rio."
"As canções estão cá em baixo, a lua vai alta. Vamos dançar" desafiou, pelo meio de uma prestação visceral, plena de adrenalina e fazendo uso da célebre "escala Josh Homm", inspirada pela guitarra polka e por Jimi Hendrix.
Pelo palco principal, passaram muitas das grandes canções como "No One Knows," (refrão mais entoado), "I Sat by the Ocean," ou "Little Sister," e também trabalhos mais recentes como "Carnavoyeur" e "Emotion Sickness," incluídos em "In Times New Roman...", lançado no mês passado.
E, se antes do concerto, entre o público, havia quem questionasse se "Make it Wit Chu" constaria da ementa, a resposta surgiu, com direito a uma digressão por "Miss You" dos Rolling Stones e um coro de milhares no Passeio Marítimo de Algés.
O diálogo foi constante, a energia fluiu do princípio ao fim e, mesmo quando supostamente houve ordem para rematar porque era preciso preparar o palco para a próxima atuação, a decisão foi desobedecer: "Atravessámos o oceano para estarmos aqui, não vamos tocar só mais uma! Vamos tocar duas!" E assim foi. "Go With the Flow."
Embalados pela hora e tal de concerto, a banda (e Josh Homme, em especial) não pareciam querer abandonar o palco. Depois da derradeira "A Song for the Dead," ficaram as guitarras, símbolo de desobediência e contestação, em feedback, sobre o palco. À espera da próxima vez.