Sam Smith partilhou palco com a deusa do amor e mostrou que é aquilo que quiser ser
Desde os sons mais antigos aos mais recentes e das baladas aos ritmos mais pesados, Smith poupou-se às censuras e exprimiu-se livremente no palco do NOS Alive.
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O palco do principal do NOS Alive recebeu pela terceira vez Sam Smith que, às 23h05 deste sábado, fez o publico mergulhar numa viagem com Afrodite, deusa do amor e da sensualidade: "É um espetáculo sobre liberdade, divirtam-se."
"Stay With Me" foi o tema escolhido pela estrela britânica para abrir o concerto. Dos sons mais lentos para os mais agitados, os fãs assistiram a uma revolução em palco.
Com "I'm Not the Only One" ou "Like I Am", Smith fez com que as vozes das milhares de pessoas presentes no Passeio Marítimo de Algés se fizessem ouvir. Depois, com "Dance With a Stranger" deixou um conselho para festivaleiros solteiros e transformou o recinto numa pista de dança. Por fim, quando o público já estava aquecido, mostrou o seu jeito de anca e provou que é aquilo que quer ser.
Esta mensagem foi evidente em vários momentos do espetáculo, desde os looks ousados e versáteis - por exemplo, um vestido roxo ou calças rasgadas em formato coração - às coreografias sedutoras.
Mas, o ponto de viragem foi quando Sam Smith ficou parado em palco e os bailarinos se juntaram para tirar selfies, para apertar gordura da barriga ou para mostrar superioridade através da má educação. Depois de um momento introspetivo, a estrela pop lançou um berro, revelou-se segura e juntou-se aos bailarinos com um sorriso na cara, sem medo do julgamento.
Ao som de uma versão de "Human Nature", de Madonna, Smith poupou-se às censuras e exprimiu-se livremente.
Queria sentir-se poderoso com lingerie, botas pretas e estrelas nos mamilos? Fê-lo e sentiu. Queria sentir-se uma estrela divina com um véu sobre o corpo e uma coroa na cabeça? Fê-lo e sentiu.
O espetáculo durou uma hora e meia e levou os fãs do céu para um lado mais diabólico. Sam Smith despediu-se dos portugueses com uns cornos vermelhos e um tridente, interpretando o êxito "Unholy" do seu último álbum Gloria.
Em 2019, Sam Smith assumiu-se como não binário e desde então procura mostrar como flutua entre o género feminino e masculino, não tendo sido o concerto deste sábado exceção à regra.
Além de rendidos à música de Sam Smith, os fãs acarinham também a sua capacidade criativa e a mensagem por detrás de toda a performance, com a certeza de que a estrela pop espera "voltar em breve".