João Miguel Tavares deu início às comemorações do 10 de Junho com um discurso em Portalegre que gerou controvérsia. Se muitos elogiaram o retrato que o jornalista fez do país, muitas foram também as vozes críticas.
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De entre todos os "insultos" que lhe foram dirigidos, o que João Miguel Tavares achou mais "divertido" foi o de João Quadros. O humorista tinha sugerido recentemente que teria sido Pedro Mexia a convencer Marcelo Rebelo de Sousa a convidar João Miguel Tavares para presidente da comissão do 10 de Junho. Agora João Quadros terá ido mais longe e insinuado, na rede social Twitter , que teria sido Pedro Mexia a escrever o discurso de João Miguel Tavares.
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Mas a hipótese levantada não é de todo provável, até porque, quem assistiu ao programa na semana passada, sabe que Pedro Mexia fez várias recomendações a João Miguel Tavares sobre o que não deveria incluir no discurso. Das cinco recomendações do escritor, João Miguel Tavares contrariou quatro: não incluir a palavra "eu" (foi logo a primeira), não fazer referência à mulher e filhos pelos nomes, não se apresentar como "homem do povo" e não fazer a separação entre "nós, as pessoas comuns" e "eles, os políticos". Ainda assim, e apesar de não concordar com essa visão, Pedro Mexia reconhece que está generalizada a perceção de que as elites estão divorciadas das "pessoas comuns", e que terá sido por isso que o discurso de João Miguel Tavares chegou a tantas pessoas.
Uma das ideias-chave do discurso foi a de que falta aos portugueses algo em que possam acreditar de forma colectiva, algo pelo qual possam lutar. Ricardo Araújo Pereira trouxe algumas ideias para o programa, e revela as conclusões a que chegou depois de uma pesquisa no Google, da qual resultaram várias propostas para "desígnio nacional". A sua proposta final é a de que se faça um referendo para apurar qual o desígnio nacional que deve ser adotado por todos os portugueses.
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Mas houve outro discurso de João Miguel Tavares que surpreendeu ainda mais Ricardo Araújo Pereira: no discurso de Cabo Verde, o jornalista defendeu que Portugal tem a "responsabilidade histórica" de garantir a igualdade de oportunidades aos descendentes das ex-colónias. De acordo com o jornal Público , o discurso terá deixado desconfortáveis os Presidente de Cabo Verde e de Portugal, o que, para o humorista, só prova a capacidade admirável de João Miguel Tavares para irritar pessoas.
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João Miguel Tavares "abre o jogo" e revela - ironicamente - que, se Pedro Mexia escreveu o discurso de Portalegre, foi Ricardo Araújo Pereira que escreveu o de Cabo Verde.
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