Há menos militantes nos partidos, porque há mais alternativas à participação cívica e há menos interesse na política.
Corpo do artigo
A frase "os partidos são os militantes ", está a perder significado.
Os militantes partidários são cada vez menos, e o "exército silencioso", como muitos chamam aos militantes, decidem cada vez menos.
As guerras políticas decidem-se nos terrenos mediáticos, e o novo papel dos militantes ainda está a ser configurado.
A diminuição dos militantes é uma tendência internacional.
TSF\audio\2021\12\noticias\22\x_paula_espirito_santo
A investigadora e professora de ciência política, Paula Espírito Santo, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade de Lisboa, desenvolve uma investigação sobre a militância partidária em Portugal, num trabalho conjunto com o investigador Marco Lisi.
Nesse trabalho, definiu o retrato dos militantes dos partidos, que são maioritariamente "homens, entre os 35 e os 74 anos, com qualificações académicas elevadas e com atividade profissional".
Ela considera que há hoje, na sociedade civil, diversas alternativas para a participação dos cidadãos, que que o coloca próximos da politica.
Além disso, "a política interessa a poucas pessoas".
A investigadora diz que, do total de filiados nos partidos, os militantes ativos - os que dão tempo ao partido - não ultrapassam os 20%.
"Os dois grandes motores de filiação partidária, são a base ideológica e os incentivos materiais", diz Paula Espírito Santo.
De forma detalhada, a professora de ciência política diz que os incentivos materiais podem significar contactos profissionais ou de negócios, valorização dos rendimentos, ou trabalhos.