O que é uma hérnia encarcerada? Médico que já operou Marcelo explica e afasta falta de cuidados de saúde

Marcelo Rebelo de Sousa
Rodrigo A. Antunes/Lusa (arquivo)
O Presidente da República foi operado esta segunda-feira a uma hérnia encarcerada. Ouvido pela TSF, o médico-cirurgião Eduardo Barroso explica o que está em causa
Segundo o especialista - que há sete anos operou Marcelo Rebelo de Sousa na sequência de uma hérnia umbilical -, as "hérnias são sempre orifícios da parede que não estão estanques. É como se fosse um buraquinho (...) e há conteúdos abdominais que se podem meter nesse orifício".
"Não é forçosamente sempre o intestino. Muitas vezes é só aquela gordura que nós temos a proteger o intestino que se chama epíploon", acrescentou.
Eduardo Barroso sublinhou ainda que uma hérnia encarcerada não é provocada por falta de cuidado de saúde, mas sim por algum impulso mais forte do que o normal.
"Às vezes, um aumento da pressão abdominal, uma prisão de ventre maior, um esforço de tosse, pode fazer com que o intestino entre nesse momento", atirou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi admitido na segunda-feira à noite no Hospital de São João, no Porto, depois de se ter sentido indisposto, na sequência de uma paragem de digestão, indicou a Presidência da República.
Na página oficial na Internet, a Presidência da República explicou que o chefe de Estado sentiu-se indisposto "quando regressava de Amarante, das exéquias do Engenheiro António Mota", em Amarante.
Na declaração à imprensa, cerca das 22:00 de segunda-feira, Maria João Baptista explicou que a decisão de se proceder a uma cirurgia decorreu ainda do facto de Marcelo Rebelo de Sousa "já ter sido submetido a uma cirurgia prévia por uma hérnia semelhante a este quadro que tem neste momento".
De acordo com a representante, uma hérnia "corresponde a uma área da parede abdominal que é mais frágil e que permite que uma parte do intestino passe através dos tecidos", comprometendo "a capacidade de irrigar os tecidos".
Marcelo Rebelo de Sousa, 76 anos, presidiu durante a manhã de segunda-feira, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, às comemorações de homenagem aos Heróis da Restauração e da Guerra da Aclamação, que celebra o restabelecimento da independência nacional em 1640, e seguiu depois para as cerimónias fúnebres do antigo presidente da Mota-Engil, António Mota.
