O verde regressou à serra de Monchique

A iniciativa existe desde 2019, após o grande incêndio que começou neste concelho da serra algarvia e se alastrou a mais três concelhos durante uma semana. Havia que reflorestar. Numa ação que se projeta em terrenos de 77 proprietários estão a ser plantados árvores autóctones como sobreiros, medronheiros e uma espécie única desta zona e em risco de desaparecimento, o carvalho de Monchique.

“Os estudos dizem que existem apenas 250 árvores adultas”, explica Miguel Jerónimo, do GEOTA. Este arquiteto paisagista da associação ambientalista diz que nos últimos tempos já plantaram três mil carvalhos e “alguns já têm três a quatro metros de altura”, o que dá esperança de que a espécie possa recuperar.

Além do GEOTA, estão envolvidos o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a Câmara Municipal de Monchique e a Região de Turismo do Algarve. O financiamento é realizado pela companhia aérea Ryanair, que até hoje já deu 1 milhão e 400 mil euros para a iniciativa. No terreno está uma equipa de 12 pessoas da GEOTA e alguns voluntários a preparar terrenos e a plantar

Paulo Alves, o presidente da Câmara de Monchique, salienta que o Renature Monchique tem “criado valor e envolvido a comunidade”.

É desta forma, com culturas diferentes plantadas em mosaico, que os terrenos podem melhor resistir ao fogo, como salienta António Miranda, do ICNF.

“Sabemos que vamos ter sempre incêndios neste clima mediterrânico, mas é importante que eles não atinjam a dimensão daqueles que temos tido”, explicou.

Elena Cabrera, representante da Ryanair, diz que este é um projeto “muito querido” para a companhia aérea e que é um investimento a longo prazo e um legado para as novas gerações.

O presidente da Região de Turismo do Algarve, entidade empenhada nesta iniciativa, sublinha que a iniciativa dá um contributo para o turismo de natureza, “um produto diferenciador e importante para o Algarve”.