Roubo e declaração de guerra são algumas das palavras usadas pelos partidos de esquerda na análise ao discurso do primeiro-ministro. À direita, pede-se compreensão.
Corpo do artigo
Na reacção à intervenção do primeiro-ministro, o Partido Socialista descartou responsabilidades sobre o orçamento apresentado ao país.
«O partido socialista não foi envolvido em nenhum momento na elaboração do orçamento e continuamos com muitas dúvidas em relação à natureza do desvio em que o senhor primeiro ministro se baseia para as suas projecções», afirmou Carlos Zorrinho, líder parlamentar do PS.
Questionado sobre se o partido vai manter a ideia de se abster neste orçamento, Carlos Zorrinho adiantou que o PS o irá avaliar o documento sem nenhum interesse partidário « mas com exclusiva ponderação do interesse nacional».
Já Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, compara este orçamento a uma posição próxima da Grécia e diz que representa «um roubo para os trabalhadores portugueses».
«É um programa que não vai tirar o país do buraco em que está porque quanto mais se afunda a economia, e este é um programa de afundamento da economia, mais difícil será recuperar o país, pagar as dividas e equilibras as contas publicas», frisou.
Em nome do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares considerou que se trata de um orçamento recessivo que não traz nenhuma medida para o crescimento económico.
O primeiro-ministro «hoje declarou o estado de guerra a todos os trabalhadores sem ter anunciado ao país sequer uma medida para o crescimento económico, disse.
Já o PSD, pela voz de Miguel Fraquilho, espera que o Governo consiga explicar a todos os portugueses a necessidade das medidas anunciadas. O social-democrata manifestou ainda o desejo de que as medidas sejam as suficientes para que Portugal possa cumprir os seus compromissos, sobretudo os financeiros com a Troika.
Na mesma linha segue a avaliação do CDS/PP. Nuno Magalhães, líder da bancada, classifica o orçamento de «doloroso» e com «medidas difíceis que irão afectar de forma directa e muito dura o quotidiano de muitos portugueses.».
Ainda assim, Nuno Magalhães lembra que, ao mesmo tempo, este é um orçamento correspondente à situação em que o país se encontrar e que o primeiro-ministro classificou de «de emergência nacional.