O bastonário da Ordem dos Médicos classificou o dia de hoje como o início de «um novo futuro» e dirigiu-se ao ministro da Saúde para dizer que as reformas não se fazem contra os profissionais nem contra os doentes.
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«Estamos numa grave encruzilhada na Saúde e hoje é o dia em que se pode começar a desenhar um novo futuro», disse José Manuel Silva, dirigindo-se aos mais de 2.500 médicos presentes na manifestação em frente ao Ministério da Saúde.
Lembrando que a Ordem dos Médicos (OM) esteve desde o início «ativamente envolvida» no protesto convocado pelos dois sindicatos do setor, o bastonário justificou ainda a sua presença na manifestação invocando a sua condição de «cidadão preocupado com o país».
José Manuel Silva quis ainda «afirmar publicamente» que os médicos querem um «diálogo sereno, construtivo, objetivo e consequente com o Ministério da Saúde, algo a que a equipa ministerial se furtou durante meses, mostrando que o ministro está muito mal assessorado».
Depois, dirigindo as palavras especificamente para o ministro da Saúde, o bastonário pôs os médicos à disposição para ajudar a resolver os problemas da saúde.
«As reformas fazem-se com todos os profissionais e com os doentes, e nunca contra os profissionais e contra os doentes», sublinhou, acrescentando uma saudação aos dirigentes da enfermagem presentes no protesto.
Para o bastonário, a adesão à greve e à manifestação é um sinal inequívoco de «empenho e cidadania».
«Hoje, médicos e doentes aderiram massivamente à greve; espero que o ministro saiba tirar daí as devidas ilações. Não tenho dúvidas de que amanhã será ainda maior, para que ninguém tenha dúvidas sobre a nossa determinação», salientou.