O PS diz que as razões apresentadas por Relvas para a sua saída soam a «desculpa» e o Bloco diz que ainda fica uma «grande nebulosa». O PCP fala em «caso de polícia».
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O PS considerou que a demissão de Miguel Relvas é mais uma prova de que o «Governo está em negação e em desagregação», uma vez que se não se pode desconsiderar o facto de Relvas ser o «braço direito do primeiro-ministro no Governo e no partido».
Reagindo à saída do ministro dos Assuntos Parlamentares, o deputado Mota Andrade considerou que a justificação de faltarem «condições anímicas» a Miguel Relvas para continuar no Executivo soa a «desculpa».
«A existirem já existiam ontem e ontem o primeiro-ministro afirmou que o Governo estava coeso. É portanto urgente que o primeiro-ministro e o Governo expliquem o porquê da demissão de Miguel Relvas», acrescentou.
Mota Andrade entende que o ministro da Educação necessita também de explicar porque teve dois meses na sua secretária o «relatório da investigação feita na Universidade Lusófona sobre o curso do ministro Miguel Relvas».
As explicações sobre a retenção desta relatório foram também pedidas pela bloquista Cecília Honório, que considerou que «fica uma grande nebulosa» à volta desta situação.
Esta deputada do Bloco de Esquerda pretende ainda saber as verdadeiras razões por detrás da saída de Miguel Relvas, «o que exige que o primeiro-ministro dê justificações claras ao país sobre esta decisão».
Por seu lado, o comunista João Oliveira considera que se está perante uma situação de «gravidade acrescida» e um «caso de polícia para que os tribunais resolvam o que têm a resolver relativamente ao que é aplicação da lei».
Este parlamentar do PCP recordou ainda que existe a «necessidade de garantir que a lei é aplicada de igual forma a todos os cidadãos, independentemente das responsabilidades públicas ou políticas que exerçam».