A Páscoa em casa teve consequências até entre a produção das amêndoas de Portalegre, que contabilizam uma quebra de 80%. As encomendas caíram a pique, pelo que resta ao produtor o consolo de ter conseguido faturar o suficiente para pagar as despesas.
Corpo do artigo
A produção das célebres amêndoas alentejanas costuma ocupar a família Vintém durante cerca de um mês e meio, garantindo uma Páscoa mais doce ao país, mas este ano uma semana de trabalho bastou para responder às poucas encomendas que ainda aparecerem.
Segundo as contas exibidas por José Júlio Vintém, a quebra de 80% teve por base a falta de procurar na região, mas também no resto do país. "Temos encomendas de Norte a Sul, que representam 10% da nossa faturação. Este ano não houve", lamenta o proprietário, revelando que, ainda assim, a escassa semana de trabalho deu para, pelo menos, pagar o investimento realizado na compra de miolo de amêndoa, açúcar e produtos de higiene.
Mas perante a desilusão sobre a Páscoa de 2020, José Júlio Vintém já olha para 2021, desejando que a produção de amêndoas volte em força a Portalegre."Resta-nos esperar que seja melhor. Não vamos fazer lay-off, nem nada disso. Somos uma família a fazer isto, com a ajuda de todos, não temos funcionários. Agora é esperar", resume, admitindo que nos próximos dias os quilos de amêndoa armazenada na despensa deverá ser devolvida ao fornecedor.
12055826