"Pãozinho sem sal"? Esta é a primeira padaria distinguida por reduzir o sal no pão
As panificadoras que reduzam o teor de sal no pão, recebem um "selo de qualidade". A medida, que entrou em vigor há seis meses, pretende melhorar a saúde dos cidadãos, num país em que se consome, por dia, 30 toneladas de sal a mais.
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Começaram no início do ano, em segredo. Foram retirando sal, a ver se alguém reparava.
"Foi tudo no segredo dos deuses", diz Paulo Almeida, sócio-gerente da padaria Pantir, sediada em Santo Tirso.
"Alguns clientes iam-se queixando... Diziam que o pão estava insonso", confessa. "Após a divulgação [da intenção do Governo], isso acabou tudo. As pessoas ficaram a perceber o sentido", conta.
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Esta padaria produz diariamente cerca de 45 mil pães, para abastecer não só Santo Tirso, mas também os concelhos vizinhos. Foi a primeira a receber um selo de qualidade pelas mãos do Governo por ter feita a aposta na redução de sal - menos 10 quilos diários, para sermos mais exatos.
Paulo Almeida admite que, no início, receou perder clientes. "Foi sempre um risco, tínhamos algum receio do impacto que [a redução do sal no pão] poderia ter perante o consumidor. Nós não mandamos nos clientes, os clientes é que optam por aquilo que querem", afirma. Mas passados seis meses, não tem dúvidas de que "voltaria a fazer tudo" como fez.
E o pão desta padaria não é, propriamente, um "pãozinho sem sal". Desde janeiro, cada 100 gramas de pão na Pantir leva um grama de sal - a meta que o Governo pretende ver atingida no país até 2021.
Mas as padarias que conseguem o selo, lembra Paulo, têm de "manter-se na linha" e dar continuidade ao projeto. "Ainda na semana passada, sem sabermos, tivemos alguém do Instituto Nacional De Saúde Dr. Ricardo Jorge a fazer a recolha de amostras, para saber se estamos a cumprir", conta.
O selo pode procurá-lo na montra da padaria: é azul, branco e dourado, com a inscrição "Selo Excelência: Juntos Contra o Sal".