Passos Coelho confirma que não quis discutir alívio da dívida grega, mas rejeita críticas
Pedro Passos Coelho confirma que não quis discutir o alívio da dívida grega com a Comissão Europeia, mas rejeita as críticas do presidente da Comissão Europeia, de que teria sido por razões eleitorais.
Corpo do artigo
Jean Claude Juncker disse numa entrevista a um jornal belga que pretendia agendar para outubro a discussão sobre a dívida grega, mas os governos de Portugal, da Irlanda e de Espanha não quiseram discutir o assunto.
No caso de Portugal, Juncker adianta que o governo de Passos não quis falar sobre a dívida grega antes das legislativas. Passos Coelho estranha estas de declarações do Presidente da Comissão Europeia e afirmou que "deve haver alguma confusão do presidente da Comissão Europeia" ao ter afirmado que Portugal se opôs a que um alívio da dívida pública grega fosse discutido antes das eleições legislativas.
Pedro Passos Coelho disse hoje em Lisboa que o que estava previsto era que as negociações ocorressem no final de outubro: "Essas negociações aconteceriam sempre depois das eleições em Portugal".
Jean-Claude Juncker, revelou, numa entrevista ao diário belga Le Soir, hoje publicada, que Portugal se opôs a que um alívio da dívida pública grega fosse discutido antes das eleições legislativas.
Numa entrevista focada nas longas negociações com a Grécia, que segundo o presidente do executivo comunitário só terminaram com um acordo devido ao "medo", Juncker, questionado sobre a questão da (in)sustentabilidade da dívida grega, revelou que, pessoalmente, pretendia que uma discussão sobre a questão tivesse ficado desde já agendada para outubro, ideia que mereceu a oposição de Irlanda, Espanha e Portugal.
"Eu disse há vários meses a (Alexis) Tsipras (o primeiro-ministro grego) que a questão da dívida iria ser levantada, que iriamos resolvê-la, a partir do momento em que ele tivesse aplicado as primeiras medidas de fundo. Nas conclusões do Conselho, há uma frase que diz 'após a primeira avaliação'. Eu, no primeiro texto que os gregos recusaram, disse outubro, para que Tsipras tivesse uma conquista. Mas essa data acabou por ser rejeitada, porque alguns países, Irlanda, Portugal, Espanha, não o desejavam antes das eleições", disse.