Passos Coelho: dignidade de Portugal nunca esteve em causa durante programa de ajustamento
O primeiro-ministro comentou, pela primeira vez, as palavras de Jean-Claude Juncker. Pedro Passos Coelho garante que a dignidade do país nunca esteve em causa durante a vigência do programa de assistência financeira.
Corpo do artigo
Apesar de garantir que Portugal nunca viu beliscada a sua dignidade durante a aplicação do programa de assistência financeira.
«A dignidade de Portugal nunca esteve em causa durante o processo de ajustamento e a dignidade dos portugueses também não. Tive oportunidade de o dizer diretamente ao presidente da Comissão Europeia. Nunca teríamos permitido que a dignidade dos portugueses fosse atingida e não foi atingida», afirmou Passos Coelho.
O primeiro-ministro reconheceu, no entanto, que durante esse período de tempo foi patente uma «hipocrisia institucional», sublinhada no passado pelo ex-ministro das Finanças. Pedro Passos Coelho relembrou aos deputados que Vítor Gaspar foi o primeiro a denunciar esta situação no parlamento.
O primeiro-ministro garantiu, ainda que, nenhuma decisão foi tomada à revelia de Portugal ao dizer que a troika «nunca impôs uma medida que não tivesse sido negociada ou com o meu governo ou com o que me antecedeu».
No início do discurso que marcou o arranque do debate quinzenal, no parlamento, Passos Coelho relembrou os dados económicos de 2014. Diz que a estimativa rápida do INE, que aponta para um crescimento de 0,9 por cento aproxima-se muito da estimativa do governo, de um por cento.
Pedro Passos Coelho sublinhou, ainda, o desempenho das exportações, que segundo ele atingiram «o valor mais significativo de sempre».
Antes de comentar diretamente as palavras do presidente da Comissão Europeia, o primeiro-ministro aludiu ao reembolso antecipado de parte do empréstimo do FMI a Portugal.
Sem nunca mencionar a Grécia, Pedro Passos Coelho falou em «confiança, confiança, confiança» como o valor mais importante para quem quer endireitar as contas públicas de um país.