O primeiro-ministro anunciou que vai convidar formalmente o PS, esta terça-feira, para uma reavaliação das funções do Estado que corte 4 mil milhões de euros na despesa e evite um segundo resgate.
Corpo do artigo
À margem de um jantar conferência organizado pela Portugal Telecom (PT), no Pátio da Galé, em Lisboa, Passos Coelho afirmou que «ainda amanhã [terça-feira] ireir formalizar um convite ao PS para que se junte ao PSD e ao CDS-PP e, neste caso, também ao Governo, para, entre o sexto e o sétimo exames regulares [da 'troika'], programar a forma como haveremos de encontrar um programa de reavaliação das funções do Estado».
Segundo o primeiro-ministro, essa reavaliação é necessária para «que o Estado possa assumir as suas responsabilidades, no âmbito do Estado social, para com os portugueses» e não implica necessariamente uma revisão constitucional.
Nestas declarações aos jornalistas, Pedro Passos Coelho defendeu que é preciso que PS, PSD e CDS-PP regressem «ao espírito fundador do memorando» que assinaram há um ano e meio, para que Portugal o consiga «concluir até ao fim com sucesso, sem necessitar de um segundo programa de ajustamento».
«Hoje sabemos que, para o conseguirmos fazer, nós temos de realizar uma reforma mais ampla do Estado do que aquilo que era previsível há um ano e meio», sustentou.
«Ora, se nesse sentido, nós precisamos de voltar a esse espírito fundador do memorando, então faz sentido que todas as partes que podem ser Governo em Portugal - e o PS já foi e um dia poderá voltar a ter responsabilidades governativas em Portugal - que todos estes partidos do arco governativo possam produzir um debate e um entendimento franco sobre o que deve ser essa grande reforma do Estado», concluiu.
O primeiro-ministro esclareceu, desta forma, o sentido da expressão «refundação do programa de ajustamento», que utilizou no discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PSD e do CDS-PP, no sábado.