Ainda antes de saber que o PS iria aceitar encontrar-se com Passos Coelho, Jerónimo de Sousa disse que o primeiro-ministro escreveu aos socialistas para lhes lembrar que também «assinaram o pacto de agressão».
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O líder do PCP considerou que o PS voltou a ser o partido que assinou o memorando com a troika, depois de ter estado 10 dias na oposição com a moção de censura ao Governo.
Em Évora, Jerónimo de Sousa considerou que um dos motivos para o primeiro-ministro escrever ao líder do PS para pedir um encontro é o Executivo estar em desagregação e precisar da ajuda dos socialistas para continuar a impor as medidas da troika.
Para o secretário-geral comunista, Pedro Passos Coelho escreveu a Seguro para o lembrar que «assinou o pacto de agressão e que aprovou o novo tratado orçamental e a governação económica na União Europeia».
«Lembrar que o PS, no essencial, se identificou e se responsabilizou por esta política. Perante um Governo fraco e desnorteado e que está em desagregação, recorrem ao PS», acrescentou.
Ainda antes de o PS ter aceite encontrar-se com Passos Coelho, uma reunião que terá lugar na quarta-feira às 10:30, Jerónimo de Sousa recordou que o PS não tem sido firme relativamente à atuação da troika e do Governo.
«Este pedido da troika, que é quase uma imposição, ao PS de uma reunião e esta carta de Passos Coelho significa um pouco como o povo diz 'onde eles acham mole, carregam'», sublinhou.
Na opinião de Jerónimo, «se encontrassem um PS convicto da necessidade de rotura com esta política, de rutura e rejeição com o pacto de agressão, com certeza não iriam pedir encontros e consensos como está a acontecer».