Pausa nas taxas de juro é "dupla boa notícia" e Costa espera que anteceda "redução progressiva"
O líder do Governo português argumenta que, com esta decisão, o BCE reconhece a "tendência sustentada da redução da inflação" dos países europeus.
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O primeiro-ministro, António Costa, vê como uma "dupla boa notícia" a suspensão da subida das taxas de juro que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira ao não alterar o valor de 4,5%. Esta é a primeira vez desde julho de 2022 que a instituição liderada por Christine Lagarde interrompe o ciclo de subidas e Costa confessa esperar que esta pausa "seja o momento que antecede a redução progressiva das taxas de juro".
Em Bruxelas, à entrada para uma reunião do Conselho Europeu, o líder do Governo português assinalou que, com esta pausa, o BCE está a reconhecer a "tendência sustentada da redução da inflação" nos países europeus, citando até o exemplo português: "Há cerca de um ano, em outubro do ano passado, tínhamos a nossa taxa de inflação nos 10%, neste momento está nos 3,6% e prossegue uma tendência de descida."
Costa vê também a pausa imposta pelo BCE como um "bom princípio" e não deixa de notar que vai permitir que o debate com Christine Lagarde, marcado para esta sexta-feira, aconteça "num clima distinto do que tem sido até agora" por sinalizar um reforço da "confiança no futuro das economias europeias".
"Esperemos que esta pausa seja o momento que antecede a redução progressiva das taxas de juro. Obviamente isso depende muito da evolução que a inflação tiver, o ritmo de redução da inflação tem sido distinto de país para país, mas há uma tendência geral de redução", notou o primeiro-ministro, desejando que o "caminho que se siga" seja o da "redução das taxas de juro".
A pausa aplicada pelo BCE é a primeira depois de dez subidas consecutivas das taxas de juro. A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.