PCP devolve críticas a Metsola "arrogante" e sugere que Kiev "assassina população"
Paula Santos insiste que o parlamento ucraniano é um "simulacro" sustentado por "forças nazis".
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A guerra na Ucrânia não entrou nas jornadas parlamentares do PCP, centradas no incêndio de há um ano na Serra da Estrela, mas o assunto surgiu na sessão de encerramento, depois de uma pergunta sobre o discurso de Roberta Metsola em Portugal. "Arrogante" e "hipócrita" são os adjetivos comunistas para caracterizar as palavras da presidente do Parlamento Europeu.
Roberta Metsola desafiou, num discurso na Assembleia da República, a líder parlamentar Paula Santos a falar no Parlamento de Kiev perante os deputados ucranianos. O convite tem uma resposta óbvia: um redondo não.
"Além de uma atitude de arrogância e de ingerência, revela uma profunda hipocrisia. O que é necessário perante o conflito na Ucrânia é uma iniciativa para colocar um fim a esse conflito", sustenta Paula Santos.
A deputada acrescenta que, na opinião do partido português, o parlamento ucraniano é um "simulacro" sustentado por "forças nazis", sugerindo que o poder de Kiev, liderado por Volodymyr Zelensky, é o principal responsável por instigar a guerra.
"Eu pergunto se não lhe incomoda que haja um impedimento da livre expressão? Se não a incomoda que andem a assassinar a população e o povo da Ucrânia, com o desenvolvimento desta guerra, que muito resulta deste poder nazi?", atira, em questões dirigidas à presidente do Parlamento Europeu.
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Paula Santos destaca, no entanto, a iniciativa de países africanas e do Brasil para colocar um ponto final na guerra no leste da Europa, lançando uma nova questão aos Estados-membros europeus: "Qual foi a iniciativa tomada pela UE para alcançar a paz?".
E prossegue: "Não foi por falta de alerta, e o PCP chamou a atenção para isso". Voltando a insistir na pergunta: "O que tem sido feito?". São questões que seguem para Bruxelas, à espera de nova resposta da presidente do Parlamento Europeu, que terminou uma curta visita a Portugal na sexta-feira.
Os deputados comunistas, nestas jornadas parlamentares, que decorreram nesta segunda-feira e terça-feira, desdobraram-se pelos distritos de Castelo Branco e da Guarda. Os dois dias de trabalhos resultaram numa mão cheia de iniciativas que vão dar entrada na Assembleia da República.
Desde logo, os comunistas chamam o Governo ao Parlamento, para um debate a 28 de junho sobre o agravamento das condições de vida, e querem que as Direções Regionais de Agricultura e Pescas voltem a ter autonomia.