Num discurso, esta tarde, num almoço convívio na mata de Montegordo, o líder comunista, Jerónimo de Sousa, falou sobre o próximo ano político, garantido que o PCP não vai dar tréguas, mas fez também um balanço ao ano que passou.
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Um ano depois da assinatura do acordo com a troika, o PCP considera que Portugal está um país mais injusto, mais pobre e caminha para o abismo. Num comício realizado em Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António, o secretário-geral comunista apontou alguns exemplos.
«Encerram mais de dez mil empresas, quase 200 mil trabalhadores perderam o emprego, mais de 600 mil portugueses perderam o abono de família e caíram na pobreza, e dezenas de milhares de portugueses, sobretudo jovens, saíram do país retomando o fluxo migratório cuja dimensão só tem paralelo nos anos 60 do século passado», afirmou.
Mas este cenário, considerou Jerónimo de Sousa, vai piorar ainda mais com a introdução do novo código laboral, a que o líder do PCP chama o «código da exploração». No entanto, na opinião do PCP há quem ganhe com esta situação: 13 grupos económicos arrecadam 16 milhões de euros/dia.
O líder comunista deu o exemplo do grupo Jerónimo Martins multado com 30 mil euros por fazer uma promoção no passado 1 de maio (Dia do Trabalhador), valor que Jerónimo considera «irrisório».
«É escandaloso que seja aplicada uma coima deste reduzido valor ao grupo liderado por Alexandre Soares dos Santos, recentemente apontado como o homem mais rico de Portugal. É a impunidade e a ideia de que o crime compensa. Eles cometem ilegalidades, dão uns trocos de multa e ponto final, tudo vai bem para este Governo PSD/CDS», contestou.
Jerónimo de Sousa referiu ainda que apesar deste ser um tempo de férias para muitos portugueses, não é tempo de tréguas, por isso prometeu um ano político de luta.