PCP quer criar crime de enriquecimento injustificado com pena agravada para políticos
O PCP apresentou dois projetos-lei na Assembleia da República que o partido diz garantir "um salto qualitativo no combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira". Os deputados João Oliveira e António Filipe defendem que é preciso vontade política para travar um combate em defesa do regime democrático.
Corpo do artigo
O PCP propôs esta quinta-feira, no Parlamento, a criação do crime de enriquecimento injustificado, com penas até três anos, mas que é agravado para titulares de cargos políticos e públicos, até aos cinco.
O projeto dos comunistas prevê um "dever geral de declaração às Finanças" a quem tem "património e rendimentos de valor superior a 400 salários mínimos nacionais (SMN) mensais" (226 mil euros) e de atualização sem que se registe "um acréscimo superior a 100 salários mínimos" (66.500 euros), tendo, nesse caso, a pessoa o "dever de justificação da origem desse enriquecimento".
TSF\audio\2021\04\noticias\15\16_raquel_de_melo_pcp_corrupcao
A medida foi anunciada pelo líder parlamentar do PCP, João Oliveira, e pelo deputado António Filipe, numa conferência de imprensa em que anunciou um projeto para a proibição do recurso pelo Estado à arbitragem.
Esta é a quarta vez, em 14 anos, que o PCP faz este tipo de proposta, tendo sido rejeitadas com os votos do PS, PSD e CDS, assinalam os comunistas.