Pedro Nuno disponível para "concertar posições" sobre aeroporto, mas "avança na mesma" sem consenso
Sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores, Pedro Nuno Santos nota que o que está em causa "não é o princípio, mas sim "o ritmo da recuperação".
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Em contraste com Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos acena com a "capacidade de decidir" a nova localização do aeroporto de Lisboa, depois de o líder do PSD defender um novo grupo de trabalho. O candidato à liderança do PS mostra-se disponível para falar com os restantes partidos, mas avisa que se o consenso "não existir", vai decidir na mesma.
Pedro Nuno Santos já tinha defendido a localização de Alcochete para o novo aeroporto de Lisboa, no polémico despacho revertido por António Costa, uma solução sugerida agora pela Comissão Técnica Independente.
Depois de um almoço na Confederação Empresarial de Portugal, onde foi discutido um novo impulso para a economia portuguesa, tendo em vista o aumento salarial em Portugal, que "continua a ser um objetivo" de Pedro Nuno Santos, a conversa com os jornalistas centrou-se na localização do novo aeroporto de Lisboa e na recuperação do tempo de serviços dos professores.
Pedro Nuno Santos encosta Luís Montenegro "ao que vai caracterizando a decisão política em Portugal", ou seja, "há sempre uma boa razão para esperarmos mais um dia". O antigo ministro não quer esperar mais e pede aos agentes políticos que "decidam" (mesmo que o consenso não exista).
"Há disponibilidade para tentarmos concertar posições com todos os partidos. Mas nós não podemos ficar paralisados nisso, nós temos de decidir. Procurar o consenso, mas se não existir, avançar na mesma", avisa.
Para já, Pedro Nuno Santos não se compromete com uma futura localização para o novo aeroporto - "não seria correto" neste momento -, mesmo depois de, enquanto ministro, ter avançado com uma decisão sem ouvir o maior partido da oposição.
"Não há localizações perfeitas" e "o importante é que tenhamos a capacidade de decidir", de acordo com o socialista, até porque "mais vale feito do que perfeito".
"Ritmo de recuperação" do tempo de serviço dos professores está a ser estudado
No que toca à recuperação integral tempo de serviço dos professores, Pedro Nuno Santos nota que o que está em causa "não é o principio, mas sim "o ritmo da recuperação". Ao contrário do PSD, o socialista defende que "o trabalho de recuperação do tempo de serviço deve ser construído em negociação e concertação com os sindicatos".
Na moção estratégica com que se apresenta aos socialistas, o candidato promete "a recuperação faseada do tempo de serviço congelado" das várias carreiras da Administração Pública, onde se incluem os professores.
"Precisamos, por um lado, que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) conclua o seu trabalho para conhecermos de forma mais próxima o custo. E, por outro lado, trabalhar com as organizações sindicais para encontrarmos o faseamento que permita conciliar os interesses dos professores e a necessidade de garantirmos as contas públicas", explica.
Pedro Nuno Santos escreve, na moção, que quer "atrair para a Administração Pública pessoas qualificadas", que passa pela valorização das carreiras, mas também pelas "condições de trabalho e dos regimes funcionais e remuneratórios".