Ventura garante que novo aeroporto estava pronto "em quatro anos" se fosse primeiro-ministro
André Ventura encerrou as jornadas parlamentares do Chega com críticas às posições de Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro em relação à construção do novo aeroporto.
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André Ventura prometeu um novo aeroporto em quatro anos, se for ele a liderar um Governo. No encerramento das jornadas parlamentares do Chega, esta quarta-feira, em Matosinhos, o líder do partido defendeu também que as próximas eleições não são "o momento de a direita falar", num discurso em que Pedro Nuno Santos foi o alvo de eleição.
"Este é o tempo em que a direita não pode falhar aos portugueses", declarou André Ventura, numa exposição já com perfume a campanha eleitoral. "Depois de oito anos de Governo socialista, não podemos ter tibiezas nem hesitações. Este é o nosso momento."
E, mesmo que seja preciso formar um Executivo de direita longe de perfeito, aos olhos do Chega, não faz mal. "Até pode não ser o Governo ideal para o país, mas só ser um Governo sem Pedro Nuno Santos ou sem José Luís Carneiro já é uma grande notícia para Portugal", alegou.
Falando dos candidatos socialistas, André Ventura tem também algo a dizer sobre o facto de Pedro Nuno Santos estar agora a prometer decisões acerca do novo aeroporto e do TGV. "Onde esteve Pedro Nuno Santos? Poderia ter estado emigrado do país ou ser um brilhante cérebro ausente da política. Mas não. Foi secretário de Estado, ministro, (...). Como é que alguém que passou os últimos anos a segurar as calças de António Costa pode vir dizer que tomará que decisão for em matéria de infraestruturas? É uma tremenda hipocrisia", atirou.
André Ventura estendeu o ataque ao ministro da Educação, por, entretanto, já admitir a recuperação do tempo de serviço dos professores, acusando o PS de "mentira" e "corrupção política". Mas também o PSD não saiu ileso do discurso, por "aparecer a dizer que vai ter um grupo de trabalho" para analisar as grandes obras públicas. "Meu caro, Luís Montenegro", disse o Ventura, dirigindo-se ao líder social democrata, "custa-me ser tantas vezes eu a ter que dizer isto, mas os portugueses estão fartos de grupo de trabalho".
"Os portugueses querem decisão", exclamou o líder do Chega que, se recebesse dos portugueses a votação que quereria ter, garante, teria a decisão tomada e concretizada em tempo recorde. "Se eu for primeiro-ministro, nós vamos ter um novo aeroporto em quatro anos", declarou.
Para isso, Ventura precisa, contudo, que, dentro de três meses, os eleitores estejam com ele - e, num laivo jacobinista, deixa escapar uma referência a um diálogo entre o rei Luís XVI e um duque, quando irrompia a Revolução Francesa. "O rei perguntava: "Será isto uma revolta?". E o duque respondeu: "Não, majestade. Isto não é uma revolta. É uma revolução do povo"", citou Ventura. "É isso que vai acontecer no dia 10 de março", profetizou o líder do Chega, que espera que a desejada revolução nos resultados eleitorais do Chega venha a revolucionar também a Justiça, a Saúde e a Economia Social - os eixos prioritários para o partido, na campanha que aí vem. Ou que, a julgar por estas jornadas parlamentares, já aí está.